Conselho de Disciplina abre processo por alegado insulto racista de Colombatto a Pepe
O internacional português acusou o argentino do Famalicão de lhe chamar "macaco".
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O Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) anunciou esta terça-feira a abertura de um processo de averiguações ao incidente entre Pepe e Colombatto no FC Porto-Famalicão da meia-final da Taça de Portugal.
No final da partida, o internacional português acusou o médio argentino de lhe ter chamado "macaco". Depois de uma discussão acesa entre os dois jogadores e o árbitro, onde o luso-brasileiro estava visivelmente exaltado, no final do jogo, em declarações à RTP, o defesa do FC Porto acusou o adversário de lhe chamar "mono" (macaco, em português).
"É triste isto acontecer entre atletas deste nível. Infelizmente, o árbitro não teve coragem, ouviu perfeitamente que ele me chamou 'mono'. Todo o mundo sabe o que é, é macaco em espanhol", revelou o defesa.
Pepe confirmou que só não abandonou o relvado "por respeito às pessoas" que foram ao Dragão e "pagaram", às que "estão em casa a ver um jogo de futebol e pagam a televisão" e ao "adversário". Pepe disse também ser "lamentável" que episódios destes ainda aconteçam no futebol, "ainda mais à frente do árbitro, que é o chefe do jogo".
O jogador de 40 anos acusa Manuel Mota de ter ouvido o insulto e não ter sabido agir: "Estava atrapalhado, dizia que não foi mono, estava todo atrapalhado."
Perante este momento, Pepe lembrou a existência do VAR, que espera que "escute" o que aconteceu.
No dia seguinte, Santiago Colombatto negou as acusações do jogador do FC Porto. "Quero pensar que foi um equívoco, que não ouviu corretamente o que eu lhe disse, mesmo que depois de analisar o seu comportamento posterior tenha dúvidas sobre isso", disse o médio em comunicado publicado nas redes sociais.
"As minhas palavras foram textualmente "deste-me uma patada, idiota". Há imagens para o comprovar. Além do mais falei-lhe num tom próximo e amigável, dentro do que é um contexto de um jogo e em consonância do que a figura de Pepe significa para mim. Tanto assim é que depois do que aconteceu procurei-o nos balneários para esclarecer o sucedido, mas ele nem quis ouvir-me", explicou.