Presidente do Comité Olímpico com outra mudança para Tóquio: uma direção clínica para evitar surpresas com a condição física dos atletas. E deseja superar os objetivos "conservadores" do Rio.
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Candidato único às eleições de 23 de fevereiro, com o apoio de 27 das 33 federações nacionais, José Manuel Constantino vai cumprir um novo mandato de quatro anos. Um dos objetivos para Tóquio2020 é ir além daquilo que Portugal obteve nos Jogos Olímpicos do Rio, nos quais se ficou por uma medalha.
Constantino, apesar de nunca ter quantificado o número de medalhas que considerava possível, acredita que era "realista" ter ido mais longe. Até considera os objetivos "muito conservadores" quando lembra que nos anos anteriores ao Rio2016 os atletas portugueses conseguiram "dezenas de pódios em campeonatos da Europa, em campeonatos do Mundo e em Taças do Mundo".
E acrescenta : "Não era nenhum sonho alto esperar que houvesse medalhas na canoagem, ou no taekwondo, no futebol - apesar das circunstâncias na formação da equipa -, ou no ténis de mesa, ou hipismo e tiro. Era perfeitamente expectável".
Nesta entrevista à TSF e ao DN, José Manuel Constantino fala das mudanças que pretende introduzir para o caminho até Tóquio. Desde logo a criação do cargo de diretor desportivo e igualmente a de uma direção clínica. Para o presidente do COP são passos fundamentais.
"Precisamos de alguém que acompanhe junto dos diretores técnicos das federações o estado de preparação dos nossos atletas". E esse alguém será o diretor desportivo, cujo nome José Manuel Constantino já tem, mas não quis revelar ainda. Contudo, definiu o perfil: "Uma pessoa ligada ao treino e com experiência de competição, mal comparado, um Moniz Pereira de há 40 anos".
Já a direção clínica servirá para evitar surpresas quanto à real situação de alguns atletas. Neste ponto, Constantino é categórico: "O estado de saúde dos atletas não pode ser do conhecimento da comissão médica do COP uma semana antes de embarcarem, Ou lá, como sucedeu no Rio e antes. Não é possível".
O recandidato entende, por outro lado, que não há necessidade de rever os valores atualmente atribuídos às bolsas olímpicas. Mas falará com o Governo sobre a possibilidade, há muito referida, dos treinadores passarem a ter a mesma isenção de tributação fiscal que já vigora para os atletas. Esta diferença configura "uma situação profundamente injusta", conclui.