"Continuo convicto que foi um suplemento contaminado." Luís Costa já esperava perder medalha por doping
Em declarações à TSF, o ciclista português Luís Costa disse que nem sequer quis dar continuidade ao processo de contestação porque só iria trazer "desgaste mental"
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O atleta paralímpico Luís Costa confessou esta quarta-feira, em declarações à TSF, que "era esperado e evidente" perder a medalha de bronze no contrarrelógio de ciclismo de estrada da classe H5 nos Jogos Paralímpicos de Paris, após ter acusado positivo num controlo antidoping realizado durante o evento. Ainda assim, disse, "continua convicto que foi um suplemento contaminado".
"Havendo um controlo positivo, independentemente do que se viesse a apurar no decorrer do processo, o resultado positivo nunca desaparece. Portanto, seria o mínimo que eu esperava", disse Luís Costa, acrescentando que foi até "onde foi possível a nível de contrariar o resultado".
Para Luís Costa, de 51 anos, o resultado positivo para clortalidona, um diurético - que acusou durante a competição e foi confirmado pela contra-análise –, pode ser devido “a um suplemento contaminado” que tomou.
Apesar de convicto que não tomou qualquer substância proibida, o atleta não quis dar continuidade ao processo porque só iria trazer "desgaste mental" e, por outro lado, também foi aconselhado por um advogado perito em Direito do Desporto a não contestar decisão do Comité Paralímpico Internacional.
É um processo demoroso, com grandes despesas e que nunca iria anular o resultado. Estar a gastar 25 mil ou 30 trinta mil euros e arrastar um processo durante mais dois ou três anos não me ia trazer nada de bom a não ser despesas e desgaste mental.
À TSF, Luís Costa afirmou que fica agora à espera de saber quanto tempo vai ser suspenso e, caso esta seja superior a dois anos, vai desistir de participar nos próximos Jogos Paralímpicos de Los Angeles, em 2028.
Num comunicado divulgado em 18 de dezembro, o IPC anunciou que devido ao resultado positivo, entretanto confirmado pela contra-análise, “os resultados do atleta obtidos nos Jogos Paralímpicos Paris2024 são anulados, juntamente com todas as consequências resultantes (incluindo a perda de quaisquer medalhas, pontos e prémios)”.
O organismo que tutela o desporto paralímpico indicou ainda que irá “encaminhar o caso para a União Ciclista Internacional (UCI), a quem cabe decidir a aplicação de eventuais sanções”.
A retirada da medalha, conquistada numa prova em que o português ficou atrás do neerlandês Mitch Valize e do francês Loic Vergnaud, ouro e prata, respetivamente, e à frente do chinês Qiangli Liu (quarto), diminui de sete para seis o número de pódios conquistados por Portugal nos Jogos Paralímpicos Paris2024.