Paulo Gonçalves morreu este domingo, enquanto participava na sétima etapa do Dakar 2020, na Arábia Saudita. Tinha 40 anos.
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Um homem corajoso apaixonado pelo Dakar. É assim que várias personalidades recordam Paulo Gonçalves, o piloto português de 40 anos que morreu este domingo enquanto participava na sétima etapa do Dakar 2020, na Arábia Saudita.
O presidente da Federação de Motocliclismo de Portugal sublinha que, apesar de Paulo Gonçalves ter competido por várias modalidades, "a última paixão dele era o Dakar". Manuel Marinheiro define-o como "um dos mais experientes pilotos do país".
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Já o presidente da Federação Internacional de Motociclismo, Jorge Viegas, recorda-o como "um excelente exemplo para os jovens pilotos".
"Paulo Gonçalves deixa um legado positivo e mostra o caminho a seguir. Há pilotos todo o terreno a tentar seguir-lhe os passos", sublinha.
No site da presiência, Marcelo Rebelo de Sousa lamenta a morte do motociclista Paulo Gonçalves, sublinhando que o piloto "morreu a tentar alcançar o sonho de vencer uma das mais duras e perigosas provas de rally do mundo, na qual foi sempre um digníssimo representante de Portugal, chegando a alcançar o segundo o lugar em 2015".Os pilotos portugueses António Félix da Costa (Fórmula E) e Miguel Oliveira (MotoGP) lamentaram também a morte do motard.
"Descansa em paz, guerreiro Paulo. O desporto e Portugal ficam hoje mais pobres. Até sempre, Campeão!", escreveu Félix da Costa na rede social Facebook, acompanhando a publicação com uma fotografia do piloto de Esposende.
Já Miguel Oliveira disse que Paulo Gonçalves deixou "uma marca profunda na vida de quem teve o privilégio de se cruzar" consigo.
"A tua coragem e valentia são exemplos para todos nós. DEP [Descansa em paz]", escreveu na mesma rede social o piloto de MotoGP.
O antigo piloto Paulo Marques lembra "um lutador" em Paulo Gonçalves.
"O Paulo era um lutador, um profissional. Ninguém merece uma coisa destas, mas ele ainda menos. Era daqueles que nunca desistia", disse Paulo Marques à agência Lusa.
O antigo piloto de Famalicão era o diretor da equipa Honda que levou Paulo Gonçalves pela primeira vez ao Rali Dakar, em 2006.
"Correu para mim em 2006. Correu no enduro na minha equipa e arranjámos condições para ele ir ao Dakar. Era um piloto muito forte fisicamente e com uma cabeça muito determinada. Era um profissional", recorda Paulo Marques.
O "Marquês", primeiro português a ganhar uma etapa nas motas no Dakar, acredita que o piloto de Esposende "ainda tinha muito para dar na prova", onde deixa "um legado".
"É dos pilotos com maior palmarés português", recorda Paulo Marques, que lembra "uma pessoa pacata, nortenho de gema, com piada".
"Gostava de estar sempre com os amigos. Era uma pessoa muito querida", concluiu, emocionado.
O motard austríaco Matthias Walkner, que em 2016 foi ajudado por Paulo Gonçalves durante o rali Dakar, classificou com "trágica" a morte do português, que descreveu como "um piloto muito simpático e prestável".
Numa publicação ilustrada por uma foto na qual aparece no pódio ao lado de Paulo Gonçalves, sorridente, o austríaco escreve: "É exatamente assim que te vou lembrar. RIP Campeão".
"Isto é horrível. Os resultados e a luta por um lugar no topo, de repente, não interessam nada! O Paulo era um veterano, aqui. Ele parou e ajudou-me quando tive um acidente em 2016, era um atleta incrivelmente simpático, prestável e justo", escreve o austríaco na rede social Facebook.
Paulo Gonçalves (Hero) faleceu este domingo na sequência de uma queda durante a sétima de 12 etapas da 42.ª edição do Rali Dakar de todo-o-terreno, na Arábia Saudita.