Faz 35 anos! Quem diria que Cristiano Ronaldo já pode jogar nas competições de veteranos! É que a idade parece não afetar o português mais mediático de todos os tempos e que a partir desta quarta-feira até cumpre os requisitos para se candidatar à Presidência da República.
Corpo do artigo
CR7 celebra hoje aos 35 anos de vida e sempre ouvi dizer que essa é a idade em que se deve pensar em fazer uma poupança-reforma. Não que ele precise disso, mas é um facto que os 35 assustam muitos homens, principalmente se forem jogadores de futebol.
De forma geral, para o senso comum, os 35 são uma espécie de fronteira que separa os jovens-adultos dos adultos-a-sério, a antecâmara da meia-idade. Mas não é só para o senso comum: por exemplo para alguém se candidatar a Presidente da República Portuguesa é necessário cumprir antes o 35º aniversário. No caso de Cristiano Ronaldo, isso pode vir a ser preocupante para os eventuais interessados no cargo, mas a avaliar pela forma exuberante que o madeirense tem vindo a mostrar dentro de campo o Prof. Marcelo ainda não deve ter que se preocupar.
A verdade é que o tempo parece não passar por Ronaldo, que apesar de já ter dito que um dia destes vai ter que pensar na reforma, demonstra exatamente o contrário nos relvados. E não é apenas uma questão de opinião, os números provam-no em absoluto.
Analisando detalhadamente o desempenho goleador em toda a sua carreira, é possível perceber que entre os 30 e os 34 anos marcou mais golos em média por jogo do que até festejar o 30º aniversário. Entre os 17 anos (início da sua carreira profissional) e os 29 anos a sua média de golos por encontro foi de 0.60 (entre clube e seleção). Já entre os 30 e os 34 anos, atinge a incrível média de 0.94, muito perto dessa marca mítica de um golo por jogo disputado.
Aliás, depois de fazer 30 anos, Ronaldo nunca baixou da média de 0.9 golos por partida em nenhum dos seus anos de vida, algo que até aí apenas conseguira fazer em quatro anos (aos 26, 27, 28 e 29 anos de idade)
É um facto que os seus melhores desempenhos goleadores absolutos aconteceram nesses quatro anos finais dos vintes, ultrapassando sempre os 60 golos em cada um desses anos de vida, mas é também uma realidade que o natural desgaste físico do jogador começou a ser gerido com enorme cuidado e "ciência", diminuindo o número de jogos realizados a partir dos 30 anos.
Apesar disso, após os 19 anos, Ronaldo apenas num ano de vida realizou menos de 50 jogos: 45, quando tinha 24 anos, sendo que desde que tem 30 anos realizou sempre entre 50 e 60 encontros por ano de vida. E, parecendo quase impossível, o madeirense não desce da marca dos 45 golos num ano de vida desde que tem 25 anos. Ou seja, há uma década que isso não acontece, jogue no Manchester United, no Real Madrid ou na Juventus, mantendo uma cadência goleadora que não se altera independentemente de estar a participar num jogo de liga ou de taça interna ou na fase a eliminar da Liga dos Campeões.
Igualmente impressionante - e extremamente importante para a seleção portuguesa - tem sido a performance do avançado na equipa nacional depois de se tornar trintão: conheceu o seu melhor período goleador de sempre somente após o 31º aniversário, com 41 golos em 40 jogos (média superior a um golo por jogo!). Antes apontara 58 tentos em 124 partidas (à média de 0.47 por partida).
Aliás, os tempos recentes confirmam esta tendência: nunca CR7 marcou tantos golos pela seleção nacional como no último ano (nos seus 34 anos): 14 golos em 10 encontros, atingindo a incrível média de 1.4 por partida.
Quanto aos grandes títulos coletivos conquistados, a maior parte surgiu também depois dos 30 anos: três das cinco Liga dos Campeões ganhas, dois dos quatro Campeonato do Mundo de Clubes e, claro, os dois únicos títulos da Seleção Nacional: o Campeonato da Europa de 2016 e a Liga das Nações de 2019.