Entendendo não estarem reunidas as condições para que o Boavista possa competir em igualdade de circunstâncias, Bacci colocou nos últimos dias o lugar à disposição e não exigiu qualquer compensação financeira para uma saída imediata
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O treinador italiano Cristiano Bacci colocou o lugar à disposição no comando do Boavista, desiludido pela ausência de reforços no lanterna-vermelha da I Liga de futebol, disse esta sexta-feira à agência Lusa fonte ligada ao processo.
Impedidas pela FIFA de inscreverem novos jogadores há cinco janelas de transferências consecutivas, devido a dívidas, as panteras não conseguiram contratar no mercado de inverno, que esteve ativo entre 1 de janeiro e a última segunda-feira, 3 de fevereiro, para os clubes nacionais, e perderam um dos titulares da primeira metade da época, ao venderem o lateral esquerdo nigeriano Bruno Onyemaechi aos gregos do Olympiacos por 2,5 milhões de euros (ME).
Entendendo não estarem reunidas as condições para que o Boavista possa competir em igualdade de circunstâncias, Bacci colocou nos últimos dias o lugar à disposição e não exigiu qualquer compensação financeira para uma saída imediata, cenário que terá sido recusado pela administração da SAD axadrezada, presidida pelo senegalês Fary Faye.
A Lusa contactou a sociedade gestora do futebol profissional do Boavista, que não quis prestar comentários sobre a tomada de posição do treinador italiano, numa altura em que a equipa é 18.ª e última colocado do campeonato ao fim de 20 jornadas, com 12 pontos, seis abaixo da zona de permanência automática e a cinco da vaga de acesso ao play-off.
Contratado em junho de 2024 como sucessor de Jorge Simão, Cristiano Bacci soma duas vitórias, seis empates e 13 derrotas em 21 encontros e prosseguirá esta sexta-feira a preparação da visita axadrezada ao Estoril Praia, da 21.ª jornada, prevista para domingo, às 15h30, no Estádio António Coimbra da Mota, no Estoril, sob arbitragem de Hélder Carvalho, da associação de Évora.
O italiano, de 49 anos, está vinculado até junho e tinha trabalhado pela última vez como treinador principal em Portugal, ao conduzir a Olhanense (2015-2016), então na II Liga, seguindo-se sete épocas como adjunto, entre os gregos do PAOK Salónica (2017-2019 e 2021-2023), os sauditas do Al Hilal (2019-2021) ou os italianos da Udinese (2023/24).
De acordo com a última atualização da lista de clubes sujeitos a proibições de registo por parte da FIFA, o Boavista enfrenta sete processos ativos - bem abaixo do máximo de 39 atingido no final do ano passado -, dos quais dois vigoram por três períodos de inscrição e cinco têm duração ilimitada, estando datados de abril de 2023 a fevereiro de 2025.
Com um pedido de Processo Especial de Revitalização (PER) aceite pelo Tribunal de Comércio de Vila Nova de Gaia há quase três meses, as panteras mantêm a esperança de desbloquear esses impedimentos em breve, de forma a poderem reforçar-se com jogadores sem contrato até ao final de fevereiro.