Paulo Gonçalves (Honda) atrasou-se bastante na etapa de hoje do Dakar2017. Um dia marcado pela desistência do sul-africano Toby Price (KTM), o vencedor em 2016 nas motas.
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Mas apesar do atraso Paulo Gonçalves (Honda) foi hoje reclassificado em sexto lugar entre as motos do Rali Dakar2017, depois de lhe ter sido restituído o tempo perdido a prestar apoio a Toby Price.
"Na entrada na Bolívia, parei para ajudar o Toby Price que estava ferido. Esperei que viesse o helicóptero, acredito que me vão devolver o tempo em que estive parado. As corridas são muito mais que resultados quando estão em risco as nossas vidas", vincou, referindo-se ao australiano da KTM, vencedor do Dakar em 2016, que abandonou com fratura do fémur esquerdo.
Paulo Gonçalves foi o 17.º a terminar a especial de 416 km entre San Salvador de Jujuy (Argentina) e Tupiza (Bolívia), mas a organização atribui-lhe finalmente o 11.º posto da etapa, ganha pelo austríaco Mathias Walkner (KTM). Na geral, o 12.º posto também foi retificado para sexto, a 25.45 minutos do espanhol Joan Barreda, seu colega de equipa.
"Estamos aqui para fazer o melhor possível, obviamente, é para isso que nos preparamos ao longo do ano, há participantes com objetivos maiores do que outros, mas primeiro está a nossa vida!", reforçou.
O piloto de Esposende assumiu que hoje "foi um dos dias mais difíceis, com muita navegação", na qual perdeu "algum tempo" no início a encontrar um ponto.
"Depois consegui impor um bom ritmo, mas já na fase final, É importante seguir concentrado e não cometer erros. As rápidas melhoras para o Toby que sem dúvida alguma irá fazer muita falta a esta corrida pelo grande piloto que é", concluiu.
Price ten de desistir
Depois de no último ponto de controlo ter assumido a liderança da tirada, Price caiu ao quilómetro 371 (de 416 cronometrados) da quarta etapa, entre San Salvador de Jujuy (Argentina) e Tupiza (Bolívia), e teve de ser helitransportado para o hospital, com fratura do fémur esquerdo.
Price caiu da mota quando transpunha um curso de água, a alta velocidade, embatendo com a perna numa superfície mais dura, segundo testemunhas do acidente.
Sem Price em prova, a luta pela etapa acabou por ser favorável ao austríaco Mathias Walkner (KTM), em 4:57.22 horas, com o espanhol Joan Barreda (Honda) a defender bem a liderança da geral, a 2.02.
Em automóveis, houve algumas movimentações, mas sem que o domínio dos Peugeot nesta fase da prova fosse contestado: venceu o francês Ciryl Despres (4:22.55), que arrebatou o comando ao seu colega de equipa e compatriota Sebastian Loeb.
Loeb perdeu mais de 25 minutos na primeira parte da etapa mas depois 'reentrou' no ritmo certo e no final cedia pouco mais de 22 minutos para Despres, limitando os 'estragos' de uma etapa bem difícil, novamente em altitude.
Pior esteve o espanhol Carlos Sainz, quarta-feira segundo da geral, que caiu numa ravina, já em estradas da Bolívia, o que o deixa fora da lista de candidatos ao triunfo final. Com ambições ainda está, sem dúvida, o francês Stephane Peterhansel, campeão no ano passado e hoje quarto, a um quarto de hora.
Na geral, Despres lidera com um avanço de 4.08 sobre Peterhansel. O terceiro é finlandês Mikko Hirvonen, com um Mini (a 5.04) e o quarto Loeb, a 6.48.
O mais temido dos rivais da Toyota, o catarense Nasser Al-Attyiah, que tinha tido graves problemas na véspera e só terminou com mais de duas horas de atraso, acabou por nem sequer iniciar esta quarta etapa.
Sexta-feira, o rali permanece no Altiplano boliviano. Dois setores de dunas, na segunda metade do percurso, prometem complicar fortemente os 447 quilómetros de prova cronometrada.