Dérbi de nervos dentro e fora de campo: como gerir "emoções" num jogo que também é "uma festa"
Em declarações à TSF, o presidente da Direção da Delegação Norte da Ordem dos Psicólogos fala sobre a importância do dérbi entre Benfica e Sporting a níveis psicológicos
Corpo do artigo
Está cada vez mais perto o dia do dérbi que pode decidir o campeonato. Este sábado, as atenções vão estar voltadas para o Estádio da Luz, onde Benfica e Sporting vão medir forças. Será um jogo de muitos nervos para jogadores, técnicos e adeptos, mas também um dia de "festa" para as famílias que se vão deslocar ao recinto Em declarações à TSF, Gaspar Ferreira, presidente da Direção da Delegação Norte da Ordem dos Psicólogos, afirma que a preparação dos jogadores começa logo no início da época, "mesmo que exista um trabalho nesta fase tão importante".
O psicólogo afirma que, esta semana, será necessário "ativar as competências que os jogadores já devem ter": "A regulação emocional: serem capazes de, nos momentos críticos do jogo, voltarem a concentrar-se e saberem lidar com o desânimo caso estejam a perder."
O presidente da Direção da Delegação Norte da Ordem dos Psicólogos sublinha que é preciso ter atenção a alguns sinais dos jogadores durante o encontro.
"A hesitabilidade, o perder o controlo, os sinais de menor ligação ou pior comunicação com os colegas, até de agressividade para com os colegas, ou de falta de autocontrolo para com os adversários... sabemos que os cartões amarelos e os cartões vermelhos podem ter um peso muito importante nestes jogos. Os sinais são o de descontrole emocional, da gesticulação, da agressividade, até na relação com os adeptos ou na forma como lidam com as reações dos adeptos, que vão ter também um peso muito importante nestes jogos."
Relativamente às claques, Gaspar Ferreira refere que têm um papel fundamental nos jogos: "Sabemos que os cânticos, específicos e repetitivos, têm um efeito positivo nos jogadores. Cânticos específicos para os jogadores, para motivar, para animar, sabemos que têm um efeito positivo. E eu tenho observado que as claques, não sei se há aqui uma articulação direta com os clubes, têm evoluído nesse sentido."
"A equipa, ou as equipas que tiverem adeptos mais consistentes, que apoiem durante mais tempo e que não desanimem nesse apoio, terão vantagem, certamente"
Gaspar Ferreira frisa ainda que "o desporto em si tem o efeito de trazer grandes emoções e é também, de certa forma, aquilo que as pessoas procuram". Contudo, o psicólogo afirma que é importante as pessoas entenderem que "é apenas um jogo que se vive naquele período".
"Muitas vezes os adeptos levam a família e estes momentos de alegria ou de grande tristeza são marcantes e são também lições que aprendemos e que levamos. Portanto, estas grandes emoções são normais e o que é importante é que os jogos nos permitam tirar as devidas aprendizagens daquilo que aconteceu e que seja vivido como aquilo que é: apenas um jogo, uma festa", remata.
