Depois da vitória para a Liga NOS, vila-condenses repetiram o feito em Alvalade a contar para a Taça da Liga.
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O Sporting fez a estreia na Taça da Liga com o objetivo de dar um pontapé na crise e seguir rumo ao "Tri" na prova, mas começou com um tropeção. Uma derrota por 2-1 frente ao Rio Ave, desacatos nas bancadas e jogadores de cabeça perdida foram a receita para uma noite de "Twilight Zone" em Alvalade.
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Os primeiros quatro minutos de jogo ficaram marcados pelo silêncio. Bancadas em protesto, cânticos mudos e mensagens em tarjas: "A culpa é vossa: estrutura", "Quo vadis futebol?" e "Estamos preocupados".
A disposição do Sporting em campo mostrava (mais) uma alteração no sistema de jogo. Desta vez, Battaglia recuava e colocava-se entre os centrais para construir jogo. As dúvidas surgiam daí para a frente: ora Acuña, ora Borja à esquerda, Rosier na direita e um trio móvel à frente: Jesé, Bruno Fernandes e Vietto. Wendel assumia a meia-direita.
O Rio Ave era um pouco mais simples de ler: 3-4-2-1 a atacar, 5-3-2 a defender.
A primeira oportunidade de golo leonina surgiu do mesmo de sempre. Bruno Fernandes disparou, Paulo Vítor defendeu para a frente e Jesé aproveitou o ressalto para cruzar. Vietto não chegou à bola.
Na aparente desorganização atacante do Sporting, era Rosier quem se destacava pela negativa. Muitas vezes a subir pelo corredor, eram mais as bolas que o francês perdia do que aquelas que conseguia controlar.
Perante a desorganização do Sporting, aproveitou o Rio Ave para marcar aos 32'. Ronan encheu-se de fé, avançou pelo lado esquerdo e, já praticamente na pequena área, atirou a contar para o primeiro da partida.
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Durou dois minutos a vantagem do Rio Ave. Acuña foi parado em falta quase à entrada da grande área e já era possível adivinhar o que daí vinha. Bruno Fernandes pegou na bola, rematou e os deuses do futebol fizeram o resto. A bola desviou num jogador vila-condense, traiu Paulo Vítor e aninhou-se nas redes.
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Como diz a sabedoria popular, os deuses dão com uma mão e tiram com a outra. E assim fizeram. Battaglia ressentiu-se da lesão e, por precaução, saiu do campo. Foi rendido por Eduardo Henrique e o intervalo chegou a Alvalade.
A segunda parte começou com um calafrio para o Sporting. Um desentendimento na defesa obrigou Maximiano a chegar perto do meio-campo e os vila-condenses ficaram com água na boca. O losango leonino pareceu ganhar mais forma na segunda parte, desta vez com Eduardo a fazer de Battaglia.
Fora do campo o cenário aproximava-se do caos. Na bancada da Juve Leo voavam cadeiras, os adeptos fugiam dos lugares e o estádio assobiava.
Ao que a TSF apurou, na origem dos confrontos esteve um desentendimento entre o Directivo Ultras XXI e a Juve Leo. Uma coisa era certa: o descontentamento com o que se passava no relvado transparecia para fora do mesmo.
Salvou-se o momento com o aplauso que Alvalade dedicou a Carlos Mané, lançado por Carlos Carvalhal. Mas foi momentâneo, já que nas bancadas continuavam as altercações, desta vez já com spotters em cena.
Em campo, Bruno Fernandes e Felipe Augusto trocavam empurrões. Os capitães levaram amarelo e não ajudavam - em absolutamente nada - a situação na bancada.
O cúmulo da desorganização e do que se passava em Alvalade chegou aos 82 minutos: Pedro Amaral cruzou, Maximiano evitou o primeiro, Borja o segundo e Piazon, completamente sozinho e com todo o tempo do mundo, atirou a contar. 1-2 em Alvalade e um jogo que espiralava vertiginosamente para um ponto de que nenhum adepto sportinguista quereria recordar-se.
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"Estamos preocupados" era a tarja que voltava a erguer-se. Desta vez, acompanhada de lenços brancos e oito minutos de compensação. Jogou-se pouco futebol, houve mais coração do que emoção, mas de pouco valeu: o Sporting saiu derrotado, Leonel Pontes não venceu um único jogo. Espera-se pelo início da Era Silas.
Onze do Sporting: Luís Maximiano; Rosier, Ilori, Neto, Borja; Battaglia, Acuña, Wendel e Bruno Fernandes; Jesé e Vietto
Onze do Rio Ave: Paulo Vítor; Borevkovic, Messias e Junio Rocha; Diogo Figueiras, Tarantini, Jamor e Pedro Amaral; Gabrielzinho, Ronan e Piazon
A equipa de arbitragem foi constituída pelo árbitro principal Manuel Mota, assistido por Jorge Fernandes e Luciano Maia. O quarto árbitro foi Dinis Gorjão.
Suplentes do Sporting: Renan, Eduardo, Gonzalo Plata, Mathieu, Miguel Luís, Luiz Phellype e Jovane
Suplentes do Rio Ave: Kieszek, Felipe Augusto, Bruno Moreira, Nuno Santos, Vitó e Carlos Mané