Djokovic admite adiamento do Open da Austrália se fogos colocarem saúde em causa
Desde setembro, 24 pessoas morreram e é contabilizada uma área ardida equivalente a duas vezes o território da Bélgica.
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O sérvio Novak Djokovic reconheceu este domingo que a organização do Open da Austrália deve considerar o adiamento do primeiro Grand Slam do ano, caso os incêndios que assolam o país coloquem em causa a saúde dos tenistas.
"Se chegarmos ao ponto de as condições ameaçarem a saúde dos jogadores, penso que deve ser considerado o adiamento", afirmou o segundo classificado do ranking mundial, sete vezes vencedor do torneio australiano, cuja edição 2020 vai ser disputada entre 20 de janeiro e 2 de fevereiro, em Melbourne.
A Austrália está a ser fustigada pelos incêndios. Desde setembro, 24 pessoas morreram e é contabilizada uma área ardida equivalente a duas vezes o território da Bélgica.
"Penso que o adiamento será a última opção a tomar, mas a organização deve fazer os possíveis para não o fazer", acrescentou o sérvio, em Brisbane, onde disputa pela sua seleção a ATP Cup.
O também presidente do conselho de jogadores do ATP reconheceu a dificuldade de "adiar por causa de um calendário definido", reiterando que "a saúde é uma preocupação dos jogadores e de todos".
Incêndios provocam mais um morto, centenas de casas destruídas
Os incêndios florestais no sudeste da Austrália provocaram no sábado mais um morto, obrigaram à retirada de milhares de pessoas e causaram "danos consideráveis", anunciaram este domingo as autoridades locais.
Centenas de propriedades foram destruídas pelas chamas e um homem morreu por insuficiência cardíaca em Nova Gales do Sul, indicou, em conferência de imprensa, a chefe de governo de Nova Gales do Sul, Gladys Berejiklian.
Pelo menos 24 pessoas morreram desde setembro na sequência dos incêndios florestais que estão a devastar o país.
"Estamos em território desconhecido", afirmou Berejiklian, após um dia marcado por fortes ventos e temperaturas acima dos 40 graus Celsius em três estados.
"Nunca vivemos isto antes", vincou Berejiklian, advertindo: "Muitas aldeias que nunca tinham sido ameaçadas por incêndios florestais estão em perigo de ser completamente destruídas."
Em menos de uma semana, 500 casas foram destruídas pelas chamas no sudeste do país, na sua maioria em Nova Gales do Sul, elevando para mais de 1.500 o número total de casas destruídas desde setembro, com prejuízos avaliados em 268 milhões de euros.
A oeste de Sydney, no subúrbio de Penrith, os termómetros chegaram aos 48,9 graus Celsius no sábado.
A cidade mais populosa da Austrália, com cinco milhões de habitantes, está a sofrer cortes de energia após duas subestações terem sido destruídas pelo fogo, enquanto as autoridades já pediram aos residentes que restrinjam o consumo de eletricidade.
Na capital, Camberra, a temperatura atingiu 44 graus, um valor sem precedentes, segundo um porta-voz do serviço meteorológico australiano.
O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, cuja postura perante os incêndios tem sido criticada, convocou no sábado três mil militares na reserva para reforçar o combate aos incêndios que estão a devastar o país desde setembro.