Na sexta-feira, o FC Porto voltou a perder pontos no concelho de Guimarães e, este domingo, os outros candidatos vão-lhe dar "caça", ou seja, vão fazer tudo para se aproximarem ainda mais do líder, até porque os seus jogos não parecem especialmente complicados...
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Sérgio Conceição disse, depois do empate no D. Afonso Henriques, que se o Porto jogasse sempre como fizera frente ao Vitória seria campeão. Mas, menos de uma semana depois, em Moreira de Cónegos, os dragões voltaram a confirmar que sem Marega o seu poder ofensivo é bem menor e tiveram a que se contentar com um ponto conquistado, já nos descontos, perante a equipa-revelação do campeonato.
Marega, além de ser o jogador mais influente do Porto no campeonato (sete golos e cinco assistências), é provavelmente o jogador-chave no modelo de jogo de Sérgio Conceição. Isso ficou bem claro na temporada passada, quando a equipa portista só perdeu no campeonato em jogos nos quais Marega não alinhou (Paços de Ferreira e Belém).
A perspetiva do Porto ter que passar os próximos dois meses sem o maliano assusta qualquer portista e motiva ainda mais os adversários e concorrentes diretos na luta pelo título nacional, para já totalmente focados em aproveitar este domingo para pressionar ainda mais o dragão. A carreira de tiro está aberta.
O primeiro a entrar em ação será o Braga, logo às 15 horas. O terceiro classificado recebe o penúltimo, o Desportivo de Chaves, e em caso de vitória pode ficar a apenas dois pontos do primeiro lugar.
Os bracarenses são a equipa mais forte do campeonato na condição de visitados (nove vitórias e um empate). Já os flavienses estão entre os piores fora de casa, mesmo já tendo ganho por duas vezes como visitantes, incluindo na última deslocação (1-0 em Portimão, onde muito boa gente tem caído, Benfica e Sporting que o digam).
Desde a chegada de Tiago Fernandes ao comando técnico do Chaves, o desempenho da equipa melhorou, com três vitórias em quatro jogos - o encontrou que perdeu foi contra o Porto.
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Outro pormenor que o Braga não deve esquecer é que apesar do seu registo caseiro impressionante, nas duas últimas partidas em casa para o campeonato os "Guerreiros do Minho" ganharam mas não convenceram minimamente: vitórias por 1-0 frente a Boavista e a Santa Clara, sendo que, em ambos os jogos, tiveram menos ocasiões de golo do que os adversários.
Menos de uma hora depois de terminar o Braga-Chaves inicia-se no Estádio da Luz, o Benfica-Nacional. Os encarnados poderão acusar algum desgaste devido ao dérbi do meio da semana, mas a possibilidade de reduzirem a desvantagem relativamente ao Porto para um mero ponto (quando há quatro jornadas eram sete os pontos a separarem as duas equipas) fará, com certeza, esquecer o cansaço.
Na Liga, com Bruno Lage, o Benfica tem cem por cento de aproveitamento; cinco jogos, cinco vitórias. E muitos golos marcados: 16, a uma média superior a três por partida. Os grandes responsáveis por estes números são as duas grandes apostas de Lage: Seferovic (sete golos nesses cinco jogos) e Félix (4).
Muito se tem falado de João Félix, e com razão, mas o que dizer do registo recente do seu companheiro de ataque?
Na Liga, Seferovic marca a um ritmo de um golo a cada 88 minutos e até já passou a cadência de Dost (um golo a cada 94 minutos). É já o terceiro melhor marcador do campeonato e o terceiro jogador mais influente, com 11 golos e três assistências. Ele que já foi um "patinho feio" da Luz...
Outro dado que demonstra a evolução recente da equipa e o trabalho de Lage: sem contar os penáltis, o Benfica já marcou três vezes de bola parada nestes cinco jogos da liga, mais do que conseguira nos 15 anteriores, com Vitória.
Quanto ao Nacional, depois de uma fase positiva, que implicou a subida ao 11º lugar, as coisas voltaram a piorar e está agora na 14ª posição, apenas dois pontos acima da linha de água, tendo perdido quatro dos últimos cinco jogos e empatado um.
Apesar disso, a equipa insular tem melhor registo fora de casa do que na Madeira. Mas na Luz perdeu 20 dos 24 encontros realizados (quatro empates), incluindo as últimas 11 partidas, com um saldo negativo de 6-32 em golos.
O domingo de "caça ao dragão" acaba com a deslocação do Sporting a casa do Feirense. Para diminuir a desvantagem face ao líder para um dígito (de 12 para nove pontos), os leões têm que voltar a vencer o último classificado do campeonato. Já o fizeram por três vezes esta época, para o campeonato e para as taças (de Portugal e da Liga), e esta pode ser mesmo a última hipótese do Sporting se manter na luta pelo título ou, no mínimo, pelo segundo lugar.
A maior dificuldade leonina poderá passar pelos efeitos da chicotada psicológica no Feirense, com a chegada do novo treinador, Filipe Martins, que fez um excelente trabalho no Mafra (quinto lugar na II Liga, em ano de subida de divisão). Na Feira, espera-o uma missão gigantesca: a equipa já não vence desde a segunda jornada (ganhou nas duas primeiras, ainda em Agosto), acumulando 18 jogos sem ganhar, incluindo 10 derrotas.