Dos "moto-tugas" às bifanas. Uma espécie de Santos Populares em Marienfeld com a chegada da seleção
A seleção portuguesa de futebol foi recebida por milhares de emigrantes em Marienfeld que montaram um autêntico arraial junto ao hotel Klosterpforte
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"Saíram mais de 400 nas últimas duas horas", é o que exclama quem vai tratando das bifanas atrás do balcão, num dos jardins do hotel onde já está instalada a seleção nacional em Marienfeld. "A sardinha também saiu bem, mas a bifana sai muito", conta à TSF a cozinheira, que está há horas a tratar da comida para os emigrantes portugueses que permanecem perto do hotel. O pão acabou, as bifanas acabaram, só restam algumas sardinhas. A maioria ficou de barriga cheia, mas mesmo assim não chegou para todos.
A seleção tem uma receção apoteótica dos emigrantes portugueses em Marienfeld. O rancho folclórico de Gütersloh (cidade que fica muito próxima de Marienfeld) não para um segundo. A música que provém da dança serve como instrumento musical de fundo para o convívio dos portugueses a poucos metros do local onde repousam os jogadores de Portugal. O repouso é relativo, porque há quem esteja constantemente junto à vedação do hotel a gritar "Ronaldo, Ronaldo, Ronaldo" à espera de um momento de sorte, nem que seja para gravar um vídeo no telemóvel de Cristiano bem ao longe.
Pelo jardim do hotel, que esteve exclusivamente reservado à festa dos adeptos, circulam dezenas de crianças, quase todas elas com camisolas de Cristiano Ronaldo, aos pontapés em bolas de futebol. Em casa canto, há uma barraca ou uma roulotte que serve comida tradicional portuguesa, embora também a salsicha típica alemã também esteja contemplada em alguns sítios no menu. No meio do jardim, estão estendidos vários bancos para as pessoas se sentarem, comerem e conviverem. É um autêntico arraial português montado no quartel-general da seleção nacional.
Do lado de fora do hotel e apesar de a noite já ter a caído, ainda se ouve o rosnar dos motores das motos, que acompanharam o trajeto do autocarro da comitiva nacional do aeroporto de Münster até Marienfeld. São cerca de 300 motards que fazem parte dos "moto-tugas" da Alemanha. O presidente deste grupo, Tony de Lopes, revela à TSF que não vão largar já a seleção: "Há muitos que têm bilhetes para os jogos e ainda vamos ver se conseguimos acompanhar mais uma ou duas vezes a equipa do hotel até ao estádio em que vão jogar."