Juntou-se a fome com a vontade de comer e o FC Porto foi à Luz encurtar distâncias
Veja os golos. Dragões colocaram-se a sete pontos do Benfica com golos de Uribe e Taremi.
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Quando chegou a Lisboa esta quinta-feira, o FC Porto contava menos dez pontos do que o Benfica na tabela do campeonato. Tinha na visita à Luz a oportunidade perfeita para mostrar que, mesmo com tamanha distância, o campeonato ainda não estava entregue. E aproveitou-a.
Sempre com mais vontade, mais "fome de bola" e mais vontade de atacar, os portistas - que até se apanharam a perder logo aos dez minutos após autogolo de Diogo Costa - chegaram ao empate na Luz ainda na primeira parte, por Uribe, e até teriam ido para o intervalo já a vencer, não estivesse Galeno em fora de jogo.
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Resolveram a questão pouco depois do início da segunda parte com um golo do já habitual Taremi e encurtaram para sete pontos a distância que os separa do Benfica no campeonato: as águias têm 71, os dragões 64.
Na equipa da casa, e sem grandes surpresas, Roger Schmidt promoveu apenas o regresso de Florentino ao onze inicial - tinha ficado de fora em Vila do Conde -, relegando Neres para o banco. No FC Porto, por outro lado, Conceição mexeu onde conseguiu: Diogo Costa regressou, Pepe também e Manafá manteve-se no corredor direito.
Nem três minutos completos se tinham jogado ainda na Luz e já Taremi ia fazendo das suas: o iraniano apanhou-se sozinho a fugir para a baliza de Vlachodimos e foi apanhado por António Silva já dentro da grande área. O central português lançou-se em carrinho, tocou na bola mas também em Taremi, e acabou ali com a jogada. Ficou no chão a queixar-se do braço direito, pediu-se penálti pelo lado portista, mas contas feitas nada aconteceu. Soares Dias mandou jogar sem ir ao ecrã do VAR.
Com uma entrada melhor do FC Porto no jogo que nunca fui efetivada, bastou ao Benfica chegar uma vez à baliza de Diogo Costa. Bah surgiu pelo corredor direito, encontrou Gonçalo Ramos no coração da grande área e o avançado português cabeceou para a baliza. A bola ainda foi à trave, traiu Diogo Costa batendo-lhe nas costas e acabou no fundo das redes. A Liga acabou por determinar que se tratou de um autogolo.
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A resposta foi a mesma que Taremi já tinha descoberto no início do jogo. Desta vez tudo começou nos pés de Otávio, que lançou Galeno para as costas de toda a defesa do Benfica. Acontece que, desta vez, foi um atento Vlachodimos quem tratou do assunto ao ir buscar a bola aos pés do extremo.
Quem deixou de poder correr atrás de quem quer que fosse foi Bah, que se viu obrigado a sair do campo por lesão após uma entrada de carrinho de Uribe. Com uma assistência para mostrar neste jogo, foi rendido por Gilberto.
Apesar do golo, o Benfica não se colocava claramente no controlo do jogo e o FC Porto aproveitava para precisamente essa atitude para tentar relançar tudo, ora por Galeno, ora por Pepê, quase sempre com Otávio a criar mas com pouco Taremi a participar.
Foi em duas falhas de concentração do FC Porto que o Benfica voltou a conseguir criar perigo, já a caminho do intervalo: na primeira, Pepê cortou no limite um cruzamento que ia encontrar Aursnes, na outra, Gonçalo Ramos venceu um primeiro duelo com Pepe, mas o central português não largou a bola acabou por fazer-se impor no interior da grande área.
Tudo quase mudou aos 40 minutos. Após um cruzamento a partir da direita, Taremi saltou para a bola já no interior da grande área e acabou por chocar, no ar, com Vlachodimos, que tinha saído da pequena área para fazer-se ao lance. O guarda-redes ainda chegou à bola, mas largou-a durante o contacto e Manafá aproveitou para rematar para a baliza deserta, isto quando Soares Dias já tinha apitado para parar o jogo.
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Adiou-se ali o golo do empate. Logo de seguida, numa jogada bem trabalhada, Pepê inventou um passe com o peito, na grande área do Benfica, que deixou a bola à mercê de Uribe. Livre de marcação, o colombiano armou um remate potente, rasteiro e cruzado que não deu hipóteses a Vlachodimos. Estava feito o 1-1 em cima do intervalo.
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Era um empate que chegava como tónico para o FC Porto, tanto que na jogada seguinte já Galeno disparava para o fundo da baliza de Vlachodimos. Teria sido a reviravolta ainda antes do descanso, não estivesse o avançado em fora de jogo por seis centímetros.
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Ficava o aviso para o Benfica, que ia para o balneário com algo em que pensar. E qualquer que tenha sido o raciocínio, tanto de um lado como do outro, não justificou substituições nem mudanças de postura: foi novamente o FC Porto quem assumiu o jogo nos primeiros minutos da segunda parte.
Mantendo-se a toada, repetiu-se o que tinha acontecido a fechar a primeira parte, mas desta vez a valer. A defesa do Benfica desentendeu-se e deixou a bola à mercê de Taremi mesmo à entrada da grande área. Com tempo, o iraniano apontou ao canto inferior e rematou colocado, colocando a bola a fugir de Vlachodimos, que ficou no chão a olhar para o 2-1.
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Do banco saltou imediatamente João Mário, regressado de lesão, que entrou para o lugar de Manafá. Esteve um quarto de hora em campo, já que teve de sair lesionado - novamente o joelho - e deu o lugar a Zaidu. Wendell também saiu, e também tocado, para dar o lugar a Toni Martínez.
E foi em pleno relvado que todos viram como o FC Porto desperdiçou de forma quase inacreditável um três para um que podia ter feito o 3-1. Gilberto não estava lá, o resto da defesa do Benfica estava muito longe e Taremi tentou de tal forma servir Zaidu a poucos metros da baliza que matou por completo a corrida que fizera sozinho.
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Ainda assim, o apetite portista não diminuía. Perante um Benfica que continuava a não conseguir pegar verdadeiramente no jogo - João Mário, Rafa e Grimaldo pouco conseguiam fazer -, a equipa de Conceição, embora mais cautelosa, não abdicava de acelerar para o contra-ataque.
Schmidt respondeu à falta de ideias com a entrada de Musa para o lugar de Rafa, Conceição jogou na mesma área: lançou Fábio Cardoso entrava para o lugar de Taremi e deixava o FC Porto a jogar com três centrais contra dois pontas de lança.
Houve sufoco, houve intensidade e houve muita vontade do Benfica para chegar ao empate, mas não chegou: o FC Porto foi mesmo vencer à Luz.
Onze do Benfica: Vlachodimos, Bah, Otamendi, António Silva, Grimaldo, Florentino, Chiquinho, João Mário, Rafa, Aursnes e Gonçalo Ramos
Onze do FC Porto: Diogo Costa, Manafá, Pepe, Marcano, Wendell, Uribe, Grujic, Otávio, Galeno, Pepê e Taremi
O jogo foi arbitrado por Artur Soares Dias, auxiliado por Paulo Soares e Pedro Ribeiro. O VAR esteve Luís Godinho.
Suplentes do Benfica: Samuel Soares, Gilberto, Lucas Veríssimo, Morato, João Neves, Neres, Tengstedt, Schjelderup e Musa
Suplentes do FC Porto: Cláudio Ramos, João Mário, Fábio Cardoso, Zaidu, Eustáquio, Gonçalo Borges, Namaso, Toni Martínez e Evanilson
Aquando da entrada dos adeptos do FC Porto no estádio da Luz, pelo menos um foi identificado, confirmou a TSF no local.