"É possível fazer o impossível." Marcelo transmite confiança à seleção feminina antes do Mundial
O Presidente da República lembrou que entre a primeira vez que uma equipa portuguesa de homens teve um jogo internacional e o primeiro jogo internacional de mulheres houve 60 anos de diferença.
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Antes de partir para o Mundial de futebol feminino, na Nova Zelândia, a equipa das quinas foi recebida, esta segunda-feira, pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em Belém, que lhes transmitiu uma mensagem de confiança e disse ser "possível fazer o impossível".
"Como se não bastasse, a vossa fase de apuramento é a mais difícil de todas. Têm a campeã e a vice-campeã. Parece de propósito, mas ainda bem que é assim. O vosso espírito é fazer o impossível e é possível fazer o impossível. Já o fizemos em várias circunstâncias. Vocês já o fizeram, não foram ganhar à Nova Zelândia na Nova Zelândia? Foram fazer o apuramento mais difícil nas condições mais difíceis", recordou Marcelo.
O chefe de Estado lembrou também que entre a primeira vez que uma equipa portuguesa de homens teve um jogo internacional e o primeiro jogo internacional de mulheres houve 60 anos de diferença.
"Fomos convidados para ir lá, foi difícil arranjar equipa e conseguiu-se 16 jovens. Empatou-se. Nos homens chegámos a uma fase final do Mundial em 1966, 45 anos depois do primeiro jogo internacional. Em mulheres chegámos mais depressa, 42 anos depois, mas há uma correção a fazer. Quanto às mulheres, durante dez anos, não houve disputa de competições internacionais. O que quer dizer que não foram 42 anos, foram 32. Fizeram em 32 anos o que os homens fizeram em 45. Começaram mais tarde e fizeram mais depressa, mas há mais. Quantos homens há hoje federados no futebol português? Cerca de 210 mil e há 15 mil mulheres. A base de escolha, de onde se parte, é completamente diferente. Partir de 15 mil para obter uma equipa que vai a uma fase final é muitíssimo mais difícil", ressalvou o Presidente da República.
Nas respetivas intervenções, o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, e o selecionador nacional, Francisco Neto, agradeceram a Marcelo Rebelo de Sousa o carinho e apoio demonstrados.
"Não poderia deixar de agradecer ao Sr. Presidente da República neste momento, depois de nos ter recebido em fevereiro, por altura da conquista do nosso lugar no Campeonato do Mundo", lembrou o responsável máximo pela Federação Portuguesa de Futebol.
Instantes depois, Francisco Neto mostrou-se convicto de que o trabalho até agora realizado estará a motivar o orgulho do chefe de estado nacional.
"Não é só neste momento, o Sr. Presidente tem feito também o acompanhamento ao crescimento desta seleção e temos a certeza de que, em nome dos portugueses, também deverá estar muito orgulhoso do que temos conquistado", dedicou o técnico.
Após os três discursos, as capitãs da seleção feminina portuguesa, Dolores Silva, Sílvia Rebelo e Ana Borges, entregaram a Marcelo Rebelo de Sousa uma camisola, um cachecol e uma bola, devidamente autografados por toda a equipa.
O Presidente da República cumprimentou, em seguida, toda a comitiva lusa, tirou a sua característica selfie - fazendo uso do telemóvel da jogadora Kika Nazareth - e juntou-se ao grupo para uma fotografia oficial tirada enquanto todos os presentes entoavam o hino nacional, terminando com uma mensagem de incentivo para a equipa portuguesa que hoje parte para a Nova Zelândia.
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A equipa das quinas estreia-se num Campeonato do Mundo diante dos Países Baixos, seleção vice-campeã mundial, a 23 de julho, seguindo-se os confrontos com o Vietname, a 27, e os atuais detentores do cetro, os Estados Unidos, a 01 de agosto.
Na preparação, a seleção portuguesa defrontou a campeã europeia Inglaterra, com um nulo (0-0), e derrotou a Ucrânia em jogos disputados em dias consecutivos (2-0 na sexta-feira, no Estádio do Bessa, e 6-0 no sábado, à porta fechada), para dar confiança para o exigente Grupo E que vai encarar no Mundial da Nova Zelândia e Austrália, entre 20 de julho e 20 de agosto.