"É um feito extraordinário." Paulo Frischknecht acredita que Diogo Ribeiro pode ultrapassar Alexandre Yokochi
O antigo presidente da Federação Portuguesa de Natação diz que "sucessivas gerações já esperavam um dia destes".
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O antigo nadador e ex-presidente da Federação Portuguesa de Natação, Paulo Frischknecht, destaca o foco de Diogo Ribeiro, nadador de 17 anos que conseguiu três medalhas de ouro nos mundiais de juniores.
"É um feito extraordinário. É uma situação nova. É assinalável, principalmente pela consistência, pelo foco e pelo trabalho que revela", descreve o antigo nadador.
De acordo com o ex-presidente da Federação Portuguesa de Natação, este resultado era esperado há várias gerações: "Eu julgo que sucessivas gerações já esperavam um dia destes na natação e vê-lo em vida acaba por dobrar o seu valor e o seu interesse. É uma situação excecional. Três títulos na categoria júnior e um recorde, a juntar àquilo que durante muitos anos bastantes atletas conseguiram, que eram bons resultados desportivos internacionais."
Alexandre Yokochi é a principal referência da natação portuguesa. Em 1984, foi sétimo classificado dos 200 metros bruços dos Jogos Olímpicos de Los Angeles, tendo-se tornado no primeiro e único português a conseguir chegar a uma final olímpica na modalidade.
Contudo, Paulo Frischknecht pede cuidado nas comparações. "Eu penso que as comparações são desnecessárias, porque são outros tempos, outros calendários, outras formas de trabalhar e, no caso do Diogo, até nada estilos e técnicas diferentes do Alexandre Yokochi, mas tem todas as condições para fazer, pelo menos, o mesmo e ultrapassar aquilo que até hoje marcou a natação portuguesa que foi uma final nos Jogos Olímpicos", acredita o antigo nadador.
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O antigo dirigente da Federação Portuguesa de Natação, que deixou o cargo há dez anos, defende também que o momento é outro, e que os atletas portugueses da natação e de outras modalidades já não se sentem intimidados com os estrangeiros.
"O talento existe e as condições agora são outras. Felizmente vamos melhorando. A vontade e a ambição são diferenciadas e os nossos atletas não se sentem diminuídos no confronto com outros países ou outras potências da modalidade. (...) O que é facto é que as duas últimas décadas têm trazido para Portugal resultados tremendos à escala internacional. O futuro que se augura é otimista", conclui, lembrando os bons resultados que Portugal tem tido nos últimos anos noutras modalidades.