"Em 2006 tínhamos maior ligação com jogadores." Foi tradutor de Scolari e ainda espera autógrafo de Figo
Carlos Pereira foi tradutor de Scolari nos treinos abertos da seleção portuguesa durante o Mundial 2006 e privou com vários jogadores, inclusive, com Cristiano Ronaldo
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"Agora a sua mulher está muito contente por ter esse autógrafo." A frase é de Cristiano Ronaldo e não é esquecida por Carlos Nunes Pereira, emigrante português na Alemanha desde os sete anos. Carlos conta à TSF que privou com Ronaldo no Mundial 2006 e o já na altura craque português acedeu com muita simpatia ao pedido de deixar um autógrafo para a esposa de Carlos, grande fã de CR7.
Este emigrante português conta que subiu três vezes ao relvado do estádio de Gütersloh para servir de tradutor de Luiz Felipe Scolari, na altura selecionador nacional, nos treinos abertos da equipa nacional. Carlos Pereira traduzia as palavras do presidente da câmara de Gütersloh para o treinador brasileiro e vice-versa. Hoje, guarda todas essas memórias num livro, bem estimado, com dezenas de fotografias registadas nesse verão em que Portugal também estagiou em Marienfeld. "Havia um convívio muito maior com os jogadores do que há agora", relata este emigrante.
Numa fotografia, Carlos aparece em conversa com Luís Figo, num "momento espetacular." Aliás, no livro que Carlos preserva, há fotografias de vários jogadores junto aos emigrantes portugueses na Alemanha. "Tempos bem diferentes de agora, porque os jogadores iam ter com os adeptos, davam autógrafos… era um convívio familiar. A comparar com hoje, é muito mais fechado", comenta este fervoroso adepto de Portugal, que tem ido ver quase todos os jogos da seleção nacional neste Euro 2024.
Enquanto conversa com a TSF, Carlos Pereira, de 52 anos, veste um boné de Portugal com duas assinaturas, a de Deco e a de Cristiano Ronaldo. Falta a de Figo: "Naquele momento não consegui, mas ainda tenho esperança de um dia encontrar o Figo e ele poder autografar aqui o meu chapéu." Na mão direita, agarra uma camisola da seleção nacional com vinte e três autógrafos. Ninguém ficou por dar uma rubrica naquela t-shirt dos jogadores que vestiram a camisola de Portugal no Campeonato do Mundo de 2006.
Mas há outra camisola, que Carlos saca da mochila, que também chama a atenção. É uma camisola do Benfica, o clube de Carlos, do início dos anos 2000. O objeto é especial tem um "autógrafo muito especial". É o autógrafo do Eusébio, que este emigrante português encontrou "no hotel onde está a estagiar hoje a nossa seleção, em Marienfeld. Foi aí que o encontrei, vi-o lá na receção. Ele lá estava e eu e mais um amigo fomos ter com ele, com um amigo meu. Tirámos uma fotografia e deu-me o autógrafo".
São relíquias que Carlos Pereira guarda com muito carinho e memórias que mais velhas ficam com o passar do tempo, mas que não são esquecidas por quem vibra à distância com a seleção portuguesa.