O Benfica perdeu, esta quarta-feira, com o Zenit por 3-2, em jogo da primeira mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões, disputado em São Petersburgo, na Rússia.
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Fora do seu habitat, o Benfica sentiu grandes dificuldades para se adaptar às condições climatéricas, ao terreno de jogo, em mau estado, e ao futebol direto e de combate dos russos.
Após um primeiro quarto de hora, com muitos ressaltos de bola e contactos físicos, o Benfica chegou ao golo aos 20 minutos, através de um lance de bola parada, um livre cobrado por Cardozo, que proporcionou recarga vitoriosa a Maxi Pereira.
Quatro minutos antes, num lance marcante, Bruno Alves teve uma entrada duríssima sobre Rodrigo, que deixou o avançado "encarnado" incapacitado para continuar em campo, apesar de ainda ter voltado ao relvado.
Esta alteração forçada obrigou Jorge Jesus a alterar os seus planos e a lançar Aimar em campo, num terreno muito irregular e num jogo de grande intensidade e luta, pouco propício às características do argentino.
O certo é que o golo do Benfica suscitou fortíssima reação do Zenit, cedo premiada com o golo do empate, por Shirokov, aos 27 minutos, num remate de primeira, de belo efeito, após um cruzamento do flanco esquerdo do seu ataque.
Até ao intervalo, o Benfica teve de apelar ao caráter coletivo, espírito de combate e de entreajuda dos seus jogadores para suster o ritmo e a intensidade que o Zenit colocou na partida, obtida à base de elevados índices de agressividade, quer na recuperação da bola quer nas transições ofensivas, quase sempre feitas através de lançamentos diretos para os seus homens do ataque e subida dos médios no sentido de ganharem as segundas bolas.
Nitidamente, o Benfica, que é uma equipa de nota artística alta, por força da qualidade técnica dos seus jogadores, sentiu dificuldades de adaptação ao frio intenso, ao terreno e à agressividade do adversário, cujo balanceamento ofensivo do Zenit abria espaços no seu meio-campo, que os "encarnados" não souberam aproveitar.
O primeiro quarto de hora da segunda parte trouxe alguma acalmia ao ritmo frenético do Zenit, de resto aproveitado pelo Benfica, que podia ter chegado ao segundo golo por Gaitán, aos 56 minutos, num remate de ângulo difícil, quando tinha Cardozo no coração da área.
Aos 65 minutos, o treinador do Zenit, Luciano Spalletti, operou uma alteração que se revelou decisiva para o triunfo russo, a entrada de Bystrov, que viria a ter participação direta nos segundo e terceiro golos, numa fase do jogo em que o Benfica sentia cada vez mais dificuldades, quiçá pela acumulação do desgaste físico e das condições extremamente adversas, em suster as investidas atacantes do adversário.
Aos 71 minutos, o Zenit chegou ao segundo golo, que já estava a justificar, mas a dois minutos do fim, o Benfica, que lutou até ao fim com estoicismo, foi premiado com o empate, num golo de Cardozo, a recarga de um remate de Gaitán, ao qual o guarda-redes russo não correspondeu da melhor forma.
O resultado parecia feito e abria as melhores perspetivas para o jogo da segunda mão para o Benfica, mas Maxi Pereira, num lance de grande infelicidade, "ofereceu" o terceiro golo do Zenit a Shirokov, que bisou.
O encontro da segunda mão está agendado para 6 de março, no Estádio da Luz, em Lisboa.
Equipas:
- Zenit: Zevnov, Anyukov, Bruno Alves, Lombaerts, Hubocan, Denisov, Shirokov, Kanunnikov (Bystrov, 66), Zyryanov (Semak, 46), Fayzulin (Rosina, 89) e Kerzhakov.
Suplentes: Borodin, Lukovic, Cheminava, Rosina, Huszti, Semak e Bystrov
- Benfica: Artur, Maxi Pereira, Luisão, Gaitán, Emerson, Matic, Witsel, Gaitán (Miguel Vítor, 90), Bruno César (Nolito, 76), Rodrigo (Aimar, 30) e Cardozo.
Suplentes: Eduardo, Jardel, Miguel Vítor, Nelson Oliveira, Aimar, Nolito e Saviola
Árbitro: Jonas Eriksson (Suécia).
Ação disciplinar: cartão amarelo para Luisão (13), Bruno Alves (17), Bruno César (45+1), Anyukov (63) e Pablo Aimar (75).