Entrar, (des)marcar, festejar. Abel Ruiz põe SC Braga na final da Taça da Liga em cinco minutos
Abel Ruiz entrou aos 60 minutos e precisou de apenas cinco para resolver o jogo depois de uma primeira parte em que o Sporting rematou três vezes aos ferros da baliza de Matheus.
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Quando Abel Ruiz surgiu no banco do SC Braga no início desta primeira meia-final da Taça da Liga, a decisão de Artur Jorge criou alguma confusão. Os bracarenses preparavam-se para defrontar o Sporting sem um ponta de lança assumido ou seria bluff? Se foi, valeu, porque apesar de só ter entrado aos 60 minutos, ao espanhol bastaram cinco minutos para, sozinho, enviar os arsenalistas para a meia-final da Taça da Liga.
Bastou-lhe um cabeceamento para fazer melhor do que todos os remates certeiros - tão certeiros que foram aos ferros da baliza - do Sporting na primeira parte e fechar o jogo num 1-0 que vale um lugar na final da Taça da Liga. O SC Braga fica agora à espera de Benfica ou Estoril, que jogam esta quarta-feira pela outra vaga no jogo que vale o troféu.
Ainda sem poder contar com Diomande, Geny e Morita, ao serviço das seleções, Rúben Amorim já tinha anunciado que pelo menos Israel e Trincão iam ser titulares, mas não surpreendeu no resto do onze inicial. Já Artur Jorge optou por um ataque menos convencional do SC Braga: com Banza na Taça das Nações Africanas, Bruma como baixa de última hora e Ruiz relegado para o banco, juntou Ricardo Horta e Djaló no ataque, apoiados por Pizzi e Zalazar.
Foi precisamente um dos dois homens da frente, Horta, quem protagonizou a primeira grande oportunidade do jogo ao tentar finalizar de calcanhar um cruzamento vindo do corredor direito bracarense. A bola acabou nas mãos de Franco Israel, que as podia ter levado à cabeça pelo que viu ao minuto 13: do meio rua, Pote olhou para a baliza, encheu-se de confiança, e disparou um remate que foi subindo, subindo, subindo até esbarrar na junção do poste com a trave da baliza de Matheus.
Começava a só dar Sporting em Leiria, com especial destaque para um corredor esquerdo formado por Nuno Santos e Trincão, acompanhados de um Pote também descaído para lá. A toada manteve-se pelo menos até aos 30 minutos de jogo, quando Pizzi e Zalazar começaram a conseguir pegar no jogo, em especial ao iniciar contra-ataques bracarenses, embora sem grande efeito prático.
Os ferros da baliza de Matheus voltaram a ganhar protagonismo depois de um pontapé de canto do Sporting, quando Nuno Santos aproveitou uma bola perdida à entrada da grande área para soltar um fortíssimo remate. Matheus ainda tocou a bola e conseguiu desviá-la para a trave.
Quem já não conseguiu fazer grande coisa foi toda a defesa do SC Braga quando Eduardo Quaresma, do nada, encarnou Zidane: fintou um avançado, fez uma roleta sobre Vítor Carvalho, avançou para a grande área e largou um remate cruzado que por pouco já não apanhou Gyökeres a chegar à baliza.
Até ao intervalo, mais dois momentos de destaque no jogo: primeiro, quando Nuno Santos voltou a tentar candidatar-se ao prémio Puskás com um remate de trivela que foi beijar o poste esquerdo de Matheus, e depois quando Gyökeres viu cartão amarelo por simulação no interior da grande área bracarense.
Sem novidades no regresso dos balneários, foi o Sporting quem entrou melhor na segunda parte, através de Gyökeres. O sueco surgiu desmarcado após um livre lateral que o SC Braga desperdiçou e deixou Paulo Oliveira para trás, mas ao chegar à grande área rematou cruzado para fora. Dois minutos depois, talvez para evitar o mesmo desfecho, optou por um passe lateral no interior da grande área que não chegou ao destino.
Seguiu-se-lhe Pote, que se entendeu com Trincão à entrada da grande área e, já para lá da linha do castigo máximo, também atirou ao lado da baliza de Matheus, aumentando a pressão do Sporting. Artur Jorge respondeu com a entrada de Abel Ruiz para o lugar de Pizzi. E acertou em cheio.
Zalazar tirou um cruzamento teleguiado a partir do corredor direito e o espanhol, nas costas dos três centrais sportinguistas, surgiu a cabecear, perante um Israel desamparado, para o 1-0. Rúben Amorim chamou de imediato Paulinho e Matheus Reis, que entraram para os lugares de Coates e Esgaio, com Trincão a assumir-se como ala direito.
Quase instantaneamente correu mal. Israel fez asneira com a bola nos pés, perdeu-a para o ataque bracarense e de imediato fez a mancha possível. A bola chegou a Zalazar, que numa espécie de penálti em movimento atirou contra Matheus Reis, que desviou a bola. Pediu-se penálti, mas ouvido o VAR, Nuno Almeida mandou jogar.
O Sporting montava um autêntico assalto final à baliza de Matheus e juntava-lhe Bragança, abdicando de Edwards. Artur Jorge respondeu primeiro com Roger para o lugar de Djaló e depois com Serdar para o lugar de Zalazar, acabando o jogo com mais um central em campo. Resultou e o SC Braga venceu mesmo por 1-0.
Onze do SC Braga: Matheus, Victor Gomez, Fonte, Paulo Oliveira, Borja, Vítor Carvalho, Moutinho, Zalazar, Pizzi, Djaló e Ricardo Horta
Onze do Sporting: Israel, Esgaio, Quaresma, Coates, Gonçalo Inácio, Nuno Santos, Hjulmand, Pote, Trincão, Edwards e Gyökeres
Suplentes do SC Braga: Hornicek, Serdar, Abel Ruiz, Roger, Mendes, Rony Lopes, Fonseca, Chissumba e Soumaré
Suplentes do Sporting: Adán, Matheus Reis, St. Juste, Neto, Essugo, Paulinho, Bragança, Pontelo e Afonso Moreira