Presidente do Comité Olímpico de Portugal espera que aplicação da legislação não seja dificultada por professores nem faculdades.
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Era uma velha reivindicação da Federação do Desporto Universitário e vai ajudar os estudantes que queiram conciliar os estudos no Ensino Superior com o desporto.
O presidente do Comité Olímpico de Portugal, José Manuel Constantino, saúda a decisão do Governo, que esta quinta-feira aprovou a criação do estatuto do estudante atleta do Ensino Superior e que vem ajudar a resolver um "dilema" com que milhares de estudantes são confrontados.
Esta aprovação representa "um alargamento de um conjunto de condições favoráveis a que os estudantes que frequentam o Ensino Superior universitário possam, na medida do possível, conciliar essa atividade académica com a atividade de praticante desportivo", considera o dirigente do órgão olímpico português. A grande novidade deste estatuto é o alargamento dos benefícios aos atletas que não são considerados de "alta competição", e que até aqui lhes viam ser apresentado o "dilema de terem de abandonar a carreira desportiva para poderem continuar os seus estudos."
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Por esta razão, José Manuel Constantino saúda a decisão tomada "em boa hora" e pede às outras partes - professores e faculdades - que cumpram a legislação e não criem dificuldades a estes atletas.
Recorrendo ao exemplo dos atletas de alta competição, cuja legislação "procura acolher esta conciliação entre a carreira desportiva e a carreira académica", o presidente do Comité Olímpico de Portugal considera "indispensável" que exista uma "completa compreensão da legislação e uma atitude de facilitação" em relação a estes temas. O dirigente desportivo revela mesmo que chegam a ser sentidas este tipo de dificuldades "em escolas de Desporto, o que é uma situação completamente incompreensível."
Telma Monteiro é exemplo
José Manuel Monteiro relembra o exemplo da judoca portuguesa e medalhada olímpica Telma Monteiro, que frequentava a Faculdade de Motricidade Humana e acabou por ter de mudar de instituição de ensino.
"Começa numa faculdade de Desporto e teve de transitar para outra, tantas eram as dificuldades", reveladas num livro publicado pela judoca e que o presidente do comité olímpico recorda. "Essa situação, lamentavelmente, acontece pese embora a legislação procure atender à conciliação entre estas duas realidades. Curiosamente, acontece onde não era para acontecer. Onde deveria haver uma sensibilidade, uma compreensão e um entendimento deste problema que, por ventura, não existiria em escolas onde a área do Desporto não está presente", lamentou. "Oxalá faça parte do passado e não venha a suceder no futuro."
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