A falta de dinheiro e o clima de guerrilha interna foram apontados por José Eduardo Simões, presidente demissionário da Académica, como fatores que levaram o clube de Coimbra à despromoção.
Corpo do artigo
José Eduardo Simões referiu ainda em conferência de imprensa que, por diversas vezes, houve "censura" ao presidente da Académica e afirma que "todos são culpados", dirigentes, jogadores e sócios.
Há clubes para quem "milhões são trocos", quer na primeira, quer na segunda liga, e por isso deixa o alerta a quem vier a assumir os comandos da Académica de Coimbra.
14 anos de manutenção à justa, porquê? "Quando não se tem dinheiro normalmente não se tem os melhores jogadores, e quando não se tem os melhores jogadores normalmente fica-se atrás de quem os tem, que é quem tem mais dinheiro", explica José Eduardo Simões, presidente demissionário da Académica.
A juntar à falta de dinheiro, a desunião interna. "No início de 2015 houve censura ao presidente, quase selvagem. Essa campanha de guerrilha continuou", assegura.
E por isso, diz, "todos são culpados". Só a união pode ajudar a Académica a voltar à primeira liga, mas também a ajuda dos grandes. "Falei com os presidentes do Benfica, Sporting e F.C. Porto e aquilo que lhes pedi é que continuasse, ou passassem, a apoiar a Académica. De todos eles recebi respostas favoráveis", afirma.
E voltando à questão do dinheiro. José Eduardo Simões deixa o alerta para a próxima temporada. "As dificuldades vão ser muitas porque há clubes com muito mais dinheiro que a Académica, como Famalicão, Portimonense, Gil Vicente, União da Madeira ou o Aves, porque têm uma estrutura por trás incomparavelmente mais forte do que aquilo que Coimbra proporciona", aponta.
14 anos na primeira liga foram "um milagre".
A Académica de Coimbra vai a eleições a 11 de junho.
O presidente que agora está de saída despede-se apelando à apresentação de uma única lista, que seja de consenso.
A direção, ainda em funções, decidiu atribuir o nome de personalidade "amigas do clube" a espaços do Estádio Cidade de Coimbra, nomeadamente: Gonçalo Reis Torgal, Mendes Silva e Almeida Santos.