FC Porto publica auditoria: perdas de 5 milhões com Super Dragões e de 50 milhões em comissões de transferências
A auditoria forense revela ainda que há 3,6 milhões de euros gastos em despesas de representação do Conselho de Administração do FC Porto, "incluindo uma parte significativa utilizada para fins pessoais"
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O FC Porto publicou esta quarta-feira os resultados da auditoria forense realizada aos últimos dez anos da gestão da anterior direção liderada por Jorge Nuno Pinto da Costa e revele que foram perdidos cinco milhões de euros nas parcerias com os Super Dragões e outros 50 milhões de euros em comissões de transferências de jogadores.
De acordo com o resumo das conclusões divulgadas pelos dragões, existem perdas de 1,450 milhões de euros relativas a "apoio logístico" aos Super Dragões, nas quais "algumas das faturas apresentadas eram não elegíveis à luz do protocolo", dando o exemplo de "várias viagens a membros e familiares da Direção dos Super Dragões para destinos onde não existiam jogos do clube (e.g., Cuba, Cancun, Maldivas, Brasil, Tanzânia, Ibiza, Sardenha,…)".
Existe também mais de dois milhões de euros de dívidas da claque por saldar relativas a bilhetes, tanto na condição de visitado como de visitante. Além disso, há mais cerca de um milhão de euros de perdas relativamente a descontos feitos para bilhetes vendidos aos Super Dragões e à troca indevida do jogo em que eram oferecidos bilhetes à claque no âmbito do seu aniversário.
A auditoria forense revela também que o FC Porto perdeu cerca de 200 mil euros para as casas do clube em bilhética.
Relativamente às transferências, os dragões afirmam que foram pagos 17,4 milhões de euros em excesso em comissões a agentes relativas a saídas do clube e 21,1 milhões de euros da mesma forma, mas relativas a contratações. Nas comissões de renovações, há um excesso de 11,5 milhões de euros. O clube utilizou os referenciais da FIFA e o "standard do mercado" para fazer a avaliação.
Entre as empresas que mais comissões receberam do FC Porto foram a Gestifute, a PP Sports e a N1 Carreiras (ambas de Pedro Pinho), a Bertolucci Assessoria e a BM Consulting e a Yes Sports (ambas de Bruno Macedo).
A auditoria também selecionou 55 jogadores "relevantes das equipas A e B" e constatou que em 51 deles não existem relatórios de scouting que sustentem a contratação, renovação ou venda. Em 45 dos casos as comissões são superiores aos referenciais da FIFA.
A auditoria forense também detetou 3,6 milhões de euros gastos em despesas de representação do Conselho de Adminitração do FC Porto, "incluindo uma parte significativa utilizada para fins pessoais", como em viaturas usadas por familiares, refeições não justificadas e viagens "não relacionadas com o FC Porto".