O FC Porto venceu em casa o Benfica, por 2-1, em jogo da 29.ª jornada da I Liga e passou para a liderança do campeonato a uma ronda do final, graças a um golo de Kelvin em período de compensação.
Corpo do artigo
O Benfica preparava-se para sair incólume do Dragão, até porque o FC Porto estava descompensado e já sem ideias, mas o extremo brasileiro, vindo do banco e lançado por Liedson, outro suplente, conquistou espaço na esquerda, já dentro da aera, e rematou cruzado para o fundo das redes, levando o estádio a uma explosão de alegria, tanto mais intensa quanto tudo parecia já perdido.
Lima (19 minutos) adiantou os "encarnados", que festejariam o título com um triunfo no Porto, mas Maxi Pereira, em lance infeliz, desviou cruzamento de Varela e empatou (25), e Kelvin sentenciou quando já não havia tempo para recuperar.
Se confirmar o título, com um triunfo em Paços de Ferreira, frente ao surpreendente terceiro classificado, o FC Porto protagoniza a quarta ultrapassagem decisiva da história ao Benfica na penúltima jornada.
A atuar em casa e obrigado a vencer, o FC Porto cedo pegou no jogo, assumindo a posse de bola sempre defendida por Vítor Pereira, perante um Benfica com dificuldades a sair a jogar, mas que não dava espaço ao rival na sua zona defensiva.
Perante a pressão alta dos "dragões", o Benfica tentava serenar o ritmo da partida e tinha problemas em organizar-se ofensivamente, mas foi eficaz na primeira vez que jogou na área adversária.
Lançamento lateral longo de Maxi Pereira, a defesa não consegue aliviar, o remate de Garay sofre alteração de trajetória e acaba nos pés de Lima, que, sozinho na pequena área, encostou para o 0-1, fazendo o seu 18.º golo no campeonato, em dia de 30.º aniversário.
A equipa de Jorge Jesus parecia serenar perante a tranquilidade do tento, mas o FC Porto igualou, volvidos apenas seis minutos, num cruzamento de Varela que desviou em Maxi Pereira, com a bola a entrar junto ao primeiro poste, de nada valendo o esforço de Artur.
O desafio continuava muito disputado e Lima (27), de livre, e João Moutinho (28), de fora da área, testaram a atenção dos guarda-redes.
Até ao intervalo o jogo foi mais equilibrado: no regresso aos balneários, as equipas técnicas embrulharam-se em troca de palavras mais acesas, um empurrão ou outro entre elementos dos dois "staff", após os portistas reclamarem junto de Pedro Proença por terem transformado uma falta ofensiva do Benfica em livre a seu favor no enfiamento da área.
O FC Porto regressou ao jogo com futebol mais intenso e veloz e Varela (49 e 52) ameaçou com remates perigosos, mas o Benfica, mesmo que retraído, rapidamente blindou o seu último reduto e o adversário tardou em voltar a criar perigo.
Jorge Jesus tirou o criativo Gaitan (67) e meteu Roderick a médio defensivo e, cinco minutos depois Cardozo, dava nova forma ao "4x4x2", substituindo Lima, enquanto Defour entrava para o lugar de Fernando, que saiu lesionado.
O tempo corria a favor do Benfica que mantinha Artur tranquilo, embora atento, enquanto o rival não conseguia manter o ritmo, ficando a reclamar o segundo cartão amarelo para Matic (77), que "arrumou" Danilo junto à linha lateral.
Cardozo obrigou Helton a defesa complicada para canto com livre rasteiro junto ao poste (81), mas a grande situação foi desperdiçada por James Rodriguez, que surgiu isolado, beneficiando de fora de jogo não assinalado, e atirou ao poste (85).
Nesta altura, Vítor Pereira já tinha lançado os últimos triunfos, arriscando o que podia com as entradas de Kelvin (79) e Lideson (84) para os lugares de Lucho e Danilo. Quando o resultado parecia feito, Kelvin combinou com o "Levezinho"e assumiu o papel de "herói" do jogo, deixando os portistas em êxtase e os benfiquistas em natural desespero.