Feito inédito no atletismo português: Pichardo salta para o ouro e é bicampeão do mundo
O atleta fez um salto de 17,91 metros. É agora o único português com dois títulos de campeão do mundo de atletismo
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Pedro Pablo Pichardo conquistou, esta sexta-feira, a medalha de ouro nos Mundiais de Atletismo, no Japão, ao vencer a final com um salto de 17,91 metros. Torna-se, assim, bicampeão do mundo em triplo salto, repetindo o triunfo de Oregon 2022.
Pichardo, de 32 anos, é agora o único português com dois títulos de campeão do mundo de atletismo.
A 25.ª medalha lusa em Campeonatos do Mundo, a segunda na capital japonesa, depois do triunfo de Isaac Nader, nos 1500 metros, foi assegurada com o sexto salto de Pichardo, a 17,91 metros, a sua melhor marca do ano, à frente do italiano Andrea Dallavalle, vice-campeão europeu em Munique2022, e do cubano Lázaro Martínez, que foi despromovido da prata de Budapeste2023 para o bronze, com 17,49.
Depois de assumir a liderança da final com 17,55 metros, que conseguiu por duas vezes, Pichardo saltou 17,36, abdicou do quinto e viu Dallavalle subir ao primeiro posto, com 17,64 metros. O português não vacilou e, a fechar, recuperou o primeiro lugar com 17,91, conseguindo a segunda medalha de ouro da delegação portuguesa em Tóquio 2025, igualando os dois títulos de Jonathan Edwards, recordista mundial com 18,29 metros, e ficando a dois do 'tetra' de Christian Taylor.
Depois do novo campeão do mundo abrir o concurso, com 17,07 metros, Triki partiu na frente, com 17,25, mas o luso melhorou logo depois, com os 17,55 que repetiu a seguir, enquanto Martínez, que viria a acusar problemas físicos, roubava o segundo lugar ao argelino.
Até ao final, sucederam-se tentativas nulas de Triki, Martínez e do italiano Andy Diaz, líder do ranking que venceu na pista curta os Europeus Apeldoorn 2025 e Mundiais Nanjing 2025, sem conseguirem beliscar a liderança de Pichardo.
No que parecia um concurso morno e sem grandes alterações, o italiano Dallavalle protagonizou um choque com um momento de superação, um recorde pessoal que ameaçava o ouro. Pichardo não deixou e, mostrando por que é um dos grandes nomes da história do triplo, rechaçou a pressão para fixar nova marca mundial do ano nos 17,91.
Uma segunda medalha em Tóquio 2025 promove também esta edição no histórico nacional, igualando as 'dobradinhas' de Roma1987 (ouro de Rosa Mota na maratona e prata de Domingos Castro nos 5.000 metros), Londres2017 (ouro de Inês Henriques nos 50 km marcha e bronze de Nelson Évora no triplo salto), Berlim2009 (prata de Évora no triplo e bronze de Naide Gomes no salto em comprimento) e Helsínquia 2005 (bronzes de Rui Silva nos 1.500 metros e de Susana Feitor nos 20 km marcha).
O recorde luso é de quatro medalhas, somadas em Gotemburgo 1995 (ouros de Manuela Machado na maratona e Fernanda Ribeiro nos 10.000, que também ficou com a prata nos 5000, e o bronze de Carla Sacramento nos 1500) e em Atenas 1997 (ouro de Sacramento nos 1500, pratas de Machado na maratona e Ribeiro nos 10.000, ainda com o bronze nos 5.000).
