Fernando Madureira, Vítor Catão e outros dez suspeitos dos Super Dragões detidos. PSP encontra droga, milhares de euros e arma de fogo
Os detidos são suspeitos de crimes como coação agravada, ofensa à integridade física, ameaça agravada, instigação pública a um crime, arremesso de objeto ou de produtos líquidos e atentado à liberdade de informação.
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O líder da claque Super Dragões, Fernando Madureira, foi detido esta quarta-feira de manhã, juntamente com a mulher, Sandra Madureira, e outros dez suspeitos, avança a CNN. Entre os detidos está também Vítor Catão, conhecido adepto do FC Porto e ex-presidente do São Pedro da Cova, e Fernando Saúl, oficial de ligação aos adeptos do clube e speaker do Estádio do Dragão. Estas detenções surgem depois de mais de uma dezena de buscas nas casas de vários elementos da claque do FC Porto Super Dragões, contou o JN.
Fernando Madureira, a mulher e Vítor Catão foram levados para a sede da Divisão de Investigação Criminal da PSP do Porto. Só na quinta-feira é que vão ser ouvidos por um juiz.
A PSP apreendeu, durante as buscas à casa de Fernando Madureira, três carros - entre eles um Porsche Panamera e um SUV BMW - equipamentos eletrónicos e documentos, cocaína e haxixe, vários milhares de euros, uma arma de fogo, artefactos pirotécnicos e mais de uma centena de ingressos para eventos desportivos.
Numa nota enviada às redações, o Departamento de Investigação e Ação Penal do Porto refere que estão em causa os crimes de coação agravada, ofensa à integridade física, ameaça agravada, instigação pública a um crime, arremesso de objeto ou de produtos líquidos e atentado à liberdade de informação relacionados com os polémicos incidentes que aconteceram na assembleia-geral do FC Porto, a 13 de novembro, e com as ameaças a André Villas-Boas, candidato à presidência do clube.
Nuno Lobo, candidato à presidência do FC Porto, destaca que esta detenção de Fernando Madureira surge perto do momento eleitoral e que, por isso, é tudo "muito estranho".
"Sinceramente apanhou-me desprevenido. Não quero criar teorias da conspiração, mas tudo isto é muito estranho. Por aquilo a que tivemos acesso na televisão, não vi sangue, não vi a loucura de Alcochete ou cadeiras no ar como numa assembleia-geral do Benfica, onde um presidente de um clube aperta o pescoço a alguém. Tudo isto é muito estranho em período de eleições do FC Porto. Há alguém aqui que está sempre a sair entre os pingos da chuva, isto é que não entendo", explicou Nuno Lobo.
A TSF tentou contactar Pinto da Costa, presidente do FC Porto, mas até ao momento não obteve resposta. Já André Villas-Boas respondeu que, para já, não presta declarações.
Fonte do Comando Metropolitano da PSP do Porto disse à Lusa tratar-se de um processo do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto.
Sem precisar qual o âmbito da operação, a fonte da PSP do Porto confirmou que estão a decorrer "várias diligências".
A Procuradoria-Geral Regional do Porto afirmou entretanto, através de uma nota na sua página oficial, que os detidos serão submetidos a primeiro interrogatório judicial, "promovendo a aplicação de medidas de coação".
No verão do ano passado, Vítor Catão foi condenado a dois anos de prisão com pena suspensa por sequestrar o empresário César Boaventura. Na altura enfrentava também acusações de coação, ameaças e ofensas à integridade física, mas apenas foi provado o crime de sequestro.
Notícia atualizada às 13h10