Ex-internacional português justifica: "não será um ato eleitoral normal". Figo diz que, nos últimos meses, presenciou episódios que "devem envergonhar quem deseja um futebol livre, limpo e democrático".
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Luís Figo retirou a candidatura à presidência da FIFA.
Em comunicado, o antigo jogador português não poupa nas críticas ao que diz ser "um plebiscito de entrega do poder absoluto a um só homem", referindo-se, claramente ao atual presidente, Joseph Blatter.
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Em tom muito duro, Figo questiona a ausência de um debate público sobre os programas de cada um dos três candidatos, sendo que acusa um dos candidatos, subentende-se Blatter, de nem sequer ter apresentado qualquer programa.
Luís Figo denuncia uma série de episódios que presenciou ao longo dos últimos meses, passados em campanha: "Vi eu presidentes de federação que num dia comparavam os líderes da FIFA ao Diabo e no outro subiam ao palco a comparar as mesmas pessoas a Jesus Cristo. Ninguém me contou. Fui eu que presenciei. Os candidatos foram impedidos de se dirigir às federações em congressos enquanto um dos candidatos discursava sempre sozinho do alto de uma tribuna. Não houve um único debate público sobre os programas de cada um."
Apesar da desistência, Figo garante que a porta para uma nova candidatura está aberta - "continuo comprometido com as ideias que deixo escritas e divulgadas, mantenho a minha vontade de participar ativamente numa regeneração para a FIFA e estarei disponível para ela sempre que me demonstrem que não vivemos em ditadura."
Perante o afastamento do antigo número 7 da seleção nacional, o príncipe jordano Ali bin Al Hussein, vice-presidente da FIFA desde 2011, passa a ser o único candidato a desafiar Joseph Blatter, uma vez que Michael van Praag, presidente do comité de competições da UEFA também desistiu esta quinta-feira.