Abel Ferreira estará no banco do Palmeiras no jogo mais importante do milénio do clube paulista. Do outro lado estará o brasileiro Cuca mas outro lusitano, Jesualdo Ferreira, iniciou a caminhada do Santos na prova. Tudo num Maracanã sob 40 graus.
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Pelo segundo ano consecutivo, um treinador português vai ganhar a Taça dos Libertadores da América.
Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, ou Jesualdo Ferreira, que já não é o treinador do Santos mas foi quem iniciou a caminhada do clube na competição, ao vencer os dois primeiros jogos da fase de grupos.
É um feito notável porque, além do vencedor desta tarde, só mais dois europeus lograram conquistar a mais importante competição de clubes das Américas em 61 edições: Jorge Jesus, pelo Flamengo, no ano passado, e Mirko Jozic, um treinador croata que passou pelo Sporting no final do século passado, pelo Colo Colo, do Chile, em 1991.
Mas sem Jesualdo presente - o brasileiro Cuca substituiu-o - é em Abel que os olhos de Portugal estão postos.
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O jovem treinador de 42 anos chegou a São Paulo desacreditado por ser inexperiente e ter um currículo vazio de títulos mas afinal em poucos meses levou o Palmeiras ao jogo mais importante do milénio - o Verdão, como é chamado, só ganhou uma Libertadores, em 1999, quando era treinado por Luiz Felipe Scolari.
Abel construiu também uma relação de confiança com a equipa e com os adeptos tão forte que é hoje a principal figura do clube.
Terá um desafio e tanto: do outro lado está o Santos três vezes campeão da prova, duas na longínqua Era Pelé e uma sob a influência de Neymar, em 2011.
Os dois clubes são não apenas do mesmo país, o Brasil, mas também do mesmo estado, São Paulo, e por isso rivais, muito rivais, desde há quase um século.
Clubes paulistas que terão de se habituar ao calor do Rio de Janeiro: são esperados 40 graus, dizem os meteorologistas, o que obrigará a duas paragens para hidratação dos atletas.
Um jogo quente, escaldante, portanto, no mítico Maracanã, com sotaque português de Portugal. Outra vez.