O Flamengo tem apenas um sucesso na Libertadores, muito longínquo, com 38 anos, obtido em 1981, por um conjunto liderado pela classe de Zico e que inclui jogadores como Júnior e o ex-benfiquista Mozer.
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O desafiante Flamengo, orientado pelo português Jorge Jesus, e o campeão em título River Plate disputam no sábado a primeira final da Taça Libertadores de futebol em jogo único, transferido da conturbada Santiago para Lima, no Peru.
Ao comando dos brasileiros apenas desde julho, Jesus, de 65 anos, e o seu Fla vão defrontar um conjunto que Marcelo Gallardo, de 43, molda há mais anos (cinco) do que os meses (quatro) que o técnico luso coleciona no Rio de Janeiro.
O River Plate pode, assim, ser considerado favorito, também pelo seu palmarés na prova, tanto histórico - quatro triunfos, contra apenas um dos brasileiros, em 1981 - como recente, já que os argentinos ganharam duas das últimas quatro edições.
Com Gallardo ao leme, os argentinos venceram em 2015, numa final com os mexicanos do Tigres, e no ano passado, num duelo com os rivais nacionais do Boca Juniors, revolvido no prolongamento de um segundo jogo disputado no Santiago Bernabéu, em Madrid.
Os milionários procuram, agora, um registo que foi a última vez conseguido precisamente pelo conjunto xeneize, o derradeiro a defender com sucesso o título (2000 e 2001).
Por seu lado, e em vésperas da final da 60.ª edição, o Flamengo tem apenas um sucesso na Libertadores, muito longínquo, com 38 anos, obtido em 1981, por um conjunto liderado pela classe de Zico e que inclui jogadores como Júnior e o ex-benfiquista Mozer.
Agora, quase quatro décadas depois, o Mengão está de volta à final da principal prova sul-americana de clubes e pela mão de um treinador português, o veterano Jorge Jesus, que luta em Lima pelo mais importante título da sua carreira.
O Fla chega sem grande currículo, mas, em oposição, com um futebol entusiasmante desde que levou o toque de Jorge Jesus, que não precisou de muito tempo para fazer dos cariocas a melhor equipa brasileira do momento, por larga margem.
Com quatro jornadas por disputar, o conjunto do Rio de Janeiro, que o treinador luso recebeu no terceiro lugar da prova, é quase campeão brasileiro (pode mesmo fazer a festa, sem jogar, no domingo), e chega com um registo impressionante ao Peru.
O onze de Jesus segue com uma série de 25 jogos sem perder (20 vitórias e cinco empates), depois do 0-3 no reduto do Bahia, a 4 de agosto, há mais de três meses e meio - no total, soma 23 triunfos, oito igualdades e dois desaires (71-27 em golos).
Pelos resultados, e mais ainda pela qualidade do futebol praticado, o Flamengo tem toda a legitimidade para pensar que pode tornar-se também, 38 anos depois, o maior da América do Sul.
Em Lima, Jesus deverá apresentar um onze com Diego Alves na baliza, uma defesa com Rafinha, Rodrigo Caio, Pablo Mari e Filipe Luis, um meio-campo com Gerson, William Arão, Éverton Ribeiro e De Arrascaeta e um ataque com Gabriel Barbosa e Bruno Henrique.
Vitinho, o recuperado Diego ou o menino Reinier podem ser outros armas a utilizar, face a um River Plate que está longe de se equiparar, em termos de nota artística, ao Fla, mas é um conjunto compacto, experiente e que sabe como ganhar.
Gallardo poderá lançar, por seu lado, um onze com Montiel, Martínez Quarta, Pinola e Milton Casco, à frente de Armani, um meio-campo com Enzo Pérez, mais recuado, Nacho Fernández, De La Cruz e Palacios e um ataque com Santos Borré e Matias Suárez.
Lucas Pratto e Juan Quintero, recentemente regressado de lesão, poderão ser dois suplentes de luxo.
Entre as duas equipas, quatro jogadores passaram pelo futebol luso, Enzo Pérez (Benfica) e Juan Quintero (FC Porto), entre os argentinos, e Gabriel Barbosa (Benfica), vulgo Gabigol, e Diego (FC Porto), da formação canarinha.
A final da Taça Libertadores, que estava inicialmente marcada para Santiago do Chile, realiza-se no sábado, no Estádio Monumental, em Lima, no Peru, a partir das 15h00 locais (20h00 em Lisboa), com arbitragem do chileno Roberto Tobar, de 41 anos.