Foi numa inspirada tarde de chuva que o GD Chaves bateu pela única vez o FC Porto
Em 1988, o Grupo Desportivo de Chaves venceu pela única vez o Futebol Clube do Porto: na baliza dos flavienses estava Carlos Padrão.
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"Guardo daquela tarde muitas memórias, e, talvez, das melhores que tenho do futebol", resume Carlos Padrão sobre o dia em que o Grupo Desportivo de Chaves bateu o Futebol Clube do Porto para o campeonato. Aquele 2-0 tornou-se irrepetível até porque, em 40 jogos, os flavienses somam essa como a única vitória. Há ainda três empates a registar, mas apenas isso.
Era dia 1 de dezembro de 1988, jogava-se a 15.ª jornada. "Foi mais uma tarde fantástica em Chaves. Nos quatro anos que lá estive, ganhamos e empatamos com o Sporting e com o Benfica, mas faltava 'matar o borrego' com o Futebol Clube do Porto. Conseguimos nessa tarde de chuva, naquela tarde incrível", resume Carlos Padrão, o dono da baliza do Chaves.
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O estádio estava cheio. "Defendi uma grande penalidade, mas também um cabeceamento do meu querido amigo - já falecido - Fernando Gomes. Um golpe de cabeça à queima-roupa, quase já a terminar o jogo, num lance que poderia dar o 2-1. O jogo terminou 2-0 para o Chaves", lembra.
"O segredo do Chaves era a qualidade da equipa, a união entre todos. A capacidade que tínhamos para lutar por cada bola." E nomes próprios? "Havia dois meninos de quem eu particularmente era fã: o Garrido [não alinhou diante do FC Porto] e o Jorginho, os dois centrais. Mas de uma forma geral, toda a equipa, do Radi ao [José] Serra, o Cerqueira, o Júlio Sérgio, sei lá, o Slavkov. Tínhamos uma capacidade incrível para nos unirmos, de irmos à luta. Era uma equipa muito especial. Mantemos ainda um contacto muito próximo", explica Carlos Padrão.
No embate de sábado, 3 de março de 2023, há aspetos que se mantêm. Um deles é o fervor das bancadas: "Vai ser uma das deslocações mais difíceis para o Futebol Clube do Porto até ao final do campeonato. É um público que vive o seu clube de uma forma muito apaixonada. É sempre um campo muito complicado para os grandes. É uma pena o Chaves não poder contar com o seu excelente guarda-redes [Paulo Vitor], embora o suplente esteja a dar conta do recado. Vai ser um excelente espetáculo de futebol.