"Foi um erro fazer o campeonato no Catar." Federação de Atletismo critica condições extremas nos mundiais
O calor extremo e a humidade estão a condicionar o desempenho dos atletas e a conduzir a um elevado número de desistências.
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O presidente da Federação Portuguesa de Atletismo, Jorge Vieira, considera que foi um erro organizar o campeonato mundial em Doha, no Catar. A humidade e o calor extremos estão a levar muitos atletas a necessitar de assistência médica e a desistir da competição.
"Foi um erro fazer-se um campeonato do mundo nestas condições. São condições mesmo extremas", afirma Jorge Vieira, em declarações à TSF.
"Já tenho alguma experiência nalguns pontos do mundo e, desportivamente, nunca tinha encontrado estas condições", aponta o presidente da Federação Portuguesa de Atletismo. "Atinge um nível de exigência que algumas pessoas dizem que é desumano."
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Jorge Viera sublinha que é preciso preparar antecipadamente os atletas para este tipo de condições e lamenta que as mesmas também se traduzam na existência de estádios vazios durante as provas.
Na opinião do presidente da federação, as condições verificadas durante estes campeonatos do mundo servem de lição para os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020, onde as circunstâncias serão semelhantes.
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"É uma antecipação do que vai acontecer em Tóquio", alerta, evidenciando a necessidade de adaptar as condições da competição às necessidades humanas dos atletas.
"Se [nos próximos Jogos Olímpicos] os estádios não tiverem ar condicionado, o caso é muito sério. Será muito complicado e exigirá uma preparação prévia muito cuidada", avisa.