Francisco J. Marques condenado a um ano e dez meses de prisão com pena suspensa
Diogo Faria foi também condenado a nove meses de prisão com pena suspensa no caso de divulgação de e-mails do Benfica no Porto Canal.
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O diretor de comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques, foi esta segunda-feira à tarde condenado a um ano e dez meses de prisão com pena suspensa no caso de divulgação de e-mails do Benfica no Porto Canal. O juiz Nuno Costa, do Tribunal de Lisboa, considerou que "fez aquilo a que se chama de manipulação da informação".
Diogo Faria foi também condenado a nove meses de prisão com pena suspensa. Tanto Francisco J. Marques como Diogo Faria foram ainda condenados a pagar de forma solidária uma indemnização de dez mil euros a Luís Filipe Vieira, ex-presidente do Benfica.
Já o jornalista Júlio Magalhães foi absolvido de todos os crimes porque o tribunal entende que o então diretor do canal "não tinha capacidade para impedir a divulgação dos e-mails".
O advogado do Benfica, João Medeiros, considera que caiu, sem margem para dúvidas, a narrativa da corrupção.
"Para nós, o que era absolutamente importante é que esta narrativa da corrupção, esta narrativa que existia, caísse por terra e essa narrativa caiu, caiu de forma determinante e caiu sem margem para dúvidas. O que houve aqui foi um comportamento criminoso. A rivalidade entre clubes é boa e é isso que provoca a superação dos clubes, mas a rivalidade não pode ser a todo o custo e aquilo que este acórdão vem confirmar é isso mesmo, que não vale tudo", explicou à TSF João Medeiros.
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Já o advogado de Francisco J. Marques, Nuno Brandão, anunciou que vai recorrer.
"Naturalmente que houve duas ou três importações que subsistiram, que merecem a nossa discordância. Enfim, estamos na primeira parte, vai ver na segunda parte que será o recurso natural da relação. Poderá haver um prolongamento que será uma queixa para o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, mas, no essencial, penso que foram reconhecidas várias coisas, nomeadamente a veracidade das informações dos conteúdos dos e-mails que foram divulgados. Foi também reconhecido que, tirando um caso do qual discordamos, a generalidade dos e-mails foram divulgados sem quaisquer adulterações", acrescentou Nuno Brandão.
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O caso da divulgação dos emails remonta a 2017 e 2018, com comunicações entre elementos ligados à estrutura de Benfica e terceiros a serem reveladas no programa Universo Porto - da bancada, do Porto Canal, e começou a ser julgado há cerca de seis meses, em 16 de setembro de 2022.