Há 30 anos, a seleção nacional de surf estreou-se oficialmente num Mundial
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Foi há 30 anos que Portugal participou pela primeira vez, oficialmente, como seleção, num Campeonato Mundial da ISA (Associação Internacional de Surf, que regula a modalidade), na altura chamado Mundial de Amadores, que decorreu em Lacanau, França.
João Alexandre "Dapin", Rodrigo Herédia, Bruno Charneca "Bubas", José Couto "Pirujinho", Teresa Abraços e Patrícia Lopes, grandes surfistas da "geração de ouro do surf", vestiram as camisolas da seleção - modelo e tamanho único - e partiram à aventura.
Foram com poucos meios, numa altura em que o surf profissional em Portugal ainda estava a nascer e as referências chegavam de longe, em revistas e vídeos raros.
Movidos pelo espírito de aventura, pela amizade e pela paixão pelo surf, foram disputar ondas com seleções de quase todo o mundo, sendo impensável ganhar a pelo menos meia dúzia delas. Alcançaram um resultado que demorou anos a superar. Porquê? É "uma velha pergunta" que lhes fazem, e que nós também fizemos.
Seguimos nessa viagem até 1992, com a equipa de surf, guiados pelo mapa de João Valente, diretor da já extinta revista Surf Portugal e levando na memória João Alexandre "Dapin", grande referência da História do surf nacional, que morreu inesperadamente em novembro 2021, aos 55 anos, e o treinador Vinicio Pereira.
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Este ano, em setembro, a seleção nacional de surf competiu nos Jogos Mundiais de Surf 2022, campeonato da ISA, um evento que, desde 2020, com a entrada do surf nos Jogos Olímpicos, passou a servir de prova de qualificação para as olimpíadas.
Frederico Morais, Guilherme Fonseca e Guilherme Ribeiro no open masculino e Teresa Bonvalot, Francisca Veselko e Yolanda Hopkins na equipa feminina viajaram de avião, pela mão da Federação Portuguesa de Surf, até Huntington Beach, na Califórnia, à procura de uma vaga em Paris "24.
Portaram-se bem. Teresa Bonvalot só não entrou na final por causa de uma lesão e Guilherme Fonseca suou até ao último segundo, mas acabou por perder.
A equipa terminou em 4.º lugar e Guilherme Fonseca arrecadou a medalha de cobre.
Em 2023 haverá outra oportunidade, o Mundial ISA de El Salvador, onde vão ser disputadas as vagas olímpicas para os melhores surfistas de cada continente.
Fotografia: João Valente
