Henrique Dourado volta à sua casa portuguesa para ver o Vitória e Sérgio Conceição, “com quem aprendeu muito”
Aos 34 anos, o avançado brasileiro encontra algum espaço na agenda para regressar a Portugal, onde jogou pelo Vitória.
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O avançado brasileiro vai estar nas bancadas do estádio Dom Afonso Henriques para assistir à 1ª mão das meias finais da Taça de Portugal entre Vitória e Futebol Clube do Porto. Do lado dos dragões está Sérgio Conceição, treinador que orientou Henrique Dourado em Guimarães.
Aos 34 anos, Henrique Dourado encontra algum espaço na agenda para regressar a Portugal, país onde atuou por uma época, ao serviço do Vitória, em Guimarães. Faz questão de dedicar as últimas horas das férias na Europa a uma reencontro com o estádio Dom Afonso Henriques, com os adeptos, e talvez com algumas das pessoas com quem partilhou o dia-a-dia em 2016 e 2017. Entre os rostos reconhecíveis está o de Sérgio Conceição, seu treinador em Guimarães.
“Foi uma fase bastante marcante para mim. Tive bons tempos em Portugal, vivi uma experiência maravilhosa no Vitória”, aponta Henrique Dourado à TSF. O possante ponta de lança deixou Guimarães em 2017 para jogar no Fluminense (34 golos numa temporada), dando depois um salto para o rival Flamengo (12 golos em 40 jogos). Em fim de contrato com a Portuguesa, está à procura de um novo clube e por isso tirou alguns dias de férias.
Mas esses tempos que recorda em Guimarães foram para ele um desafio, um período de adaptação de um jogador que nunca tinha deixado o futebol no Brasil. “Aprendi muito com Sérgio Conceição. No início foi difícil para mim adaptação ao estilo e à filosofia dele. Tive de me habituar àquilo que ele queria de mim, mas era um treinador que tentava extrair o melhor que tem um atleta. Comigo não foi diferente, penso que tirou de mim aquilo que eu tinha de melhor. Foi alguém que me marcou, de quem retirei muitos ensinamentos para o resto da minha carreira”, esclarece.
Sérgio Conceição e Dorival Júnior
“Sérgio Conceição cobrava bastante, não gostava que o atleta estivesse parado. Tínhamos de estar sempre no jogo, a atacar os espaços, procurando as costas dos adversários. Também exigia muito do ponto de vista defensivo, procura que os avançados tenham grande disponibilidade não só com a bola no pé mas também na ajuda aos nossos companheiros de equipa. Pude aprender muito com ele, por ser um treinador muito exigente. Talvez por isso esteja há muito tempo no Porto e a fazer um grande trabalho”.
Henrique Dourado agradece ao técnico português a experiência, ainda que curta, que lhe rendeu 12 golos em 30 jogos no Vitória.
Outro rosto marcante da sua carreira é o de Dorival Júnior, o novo selecionador do Brasil, que chamou recentemente Galeno e Wendell ao escrete.
“Dorival é um treinador que dispensa comentários. Tive a oportunidade de trabalhar com ele no Palmeiras e no Flamengo. É um técnico com grande capacidade de leitura dos atletas muito grande. Acredito que vai ter um grande sucesso na seleção brasileira. Acho que está num momento em que pode aproveitar esta grande oportunidade que lhe surgiu. É alguém muito capacitado e por desejo-lhe o maior sucesso na seleção do Brasil”.
Ponta aérea Brasil-Portugal
Tal como Henrique Dourado, também Dorival Júnior tem mostrado atenção ao que se passa no futebol português. “Tenho me apercebido que alguns dos jogadores brasileiros se têm destacado bastante. Até com chamadas recentes à seleção do Brasil [casos de Wendell, Galeno e Pêpe].
“Por causa da nossa cultura, acredito que os treinadores portugueses se têm adaptado bastante ao futebol brasileiro. Com isso, têm levado também algumas coisas que são usadas no futebol europeu. Alguns têm tido grande sucesso. Esta conexão tem sido muito boa, seja pelos atletas que vêm para Portugal, seja pelos treinadores portugueses que têm ido para o Brasil”.
A Portugal chegam novos talentos brasileiros. Henrique Dourado reconhece talento a três dos protagonistas da luta pelo título na liga portuguesa.
“Tive a oportunidade de acompanhar o Marcos Leonardo no Brasil. É um jogador muito promissor. Um atleta que tem todas as valências que um avançado precisa. É um menino que começou muito novo”, recorda. “Arthur Cabral foi alguém com quem tive a oportunidade de treinar e por isso ver as qualidades dele [coincidiram no Palmeiras]. Já Evanílson tem tido boas exibições no Porto. Arthur é um pouco mais brigador, já Evanílson e Marcos Leonardo são jogadores de maior agilidade, mais capazes na procura do espaço. Mas são jogadores com grande capacidade para acrescentar no futebol português”.
Henrique Dourado vai assistir ao duelo entre Vitória e Futebol Clube do Porto no estádio Dom Afonso Henriques em Guimarães esta quarta-feira, às 20h15. Jogo com Relato na TSF.
