O vogal do Conselho Fiscal da Federação Portuguesa de Futebol apresentou a demissão depois de ver o seu nome associado a Pedro Guerra, numa alegada troca de documentos da FPF com pessoas externas.
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Horácio Piriquito, vogal do Conselho Fiscal da Federação Portuguesa, apresentou esta quarta-feira a demissão na sequência da notícia onde o seu nome surge associado à alegada partilha de documento com pessoas externas à FPF. O anúncio foi publicado na sua conta pessoal no Facebook, onde reforçou que não praticou "algum ilícito" e que tomou "esta decisão porque é esta a forma de melhor defender o prestígio e o bom nome da instituição em causa". Ou seja, a Federação Portuguesa de Futebol.
"Estas notícias enquadram-se claramente no atual registo de guerra aberta no futebol português, em que vale tudo, em que se tenta espalhar o ódio e o medo, e pretendem criar ruído e fazer vítimas", acusa. Piriquito revela ainda que irá recorrer à Justiça: "Para defesa do meu bom nome, honra e imagem, irei recorrer às instâncias judiciais para reposição cabal da verdade, tendo em conta os factos que me são imputados".
Comunicado na integra
Na sequência das notícias vindas hoje a público e que, na qualidade de membro do Conselho Fiscal da Federação Portuguesa de Futebol me ligam ao comentador Pedro Guerra, venho esclarecer o seguinte:
1. Sou amigo do Pedro Guerra há mais de 20 anos e fomos colegas aquando dos tempos em que fui jornalista. Trocamos regularmente emails, por amizade ou na sequência das minhas participações ocasionais em painéis de debate na BTV, ou do Pedro nos canais em que colabora;
2. O Pedro Guerra sempre me pediu ajuda sobre informação financeira numa troca normal de informações e esclarecimentos, verbalmente ou por email, o que fiz sempre com todo o gosto. No caso da FPF até para evitar especulações e na defesa da própria instituição. Isto fez, aliás, de Pedro Guerra um defensor enérgico da actual direcção da FPF. O acesso criminoso a conversas privadas permite estes abusos, truncá-las, ajustá-las aos interesses de cada um. Foram utilizados factos e dados disponíveis em qualquer documento público da FPF. Nenhuma informação confidencial foi passada para a praça pública.
3. Estas notícias enquadram-se claramente no actual registo de guerra aberta no futebol português, em que vale tudo, em que se tenta espalhar o ódio e o medo, e pretendem criar ruído e fazer vítimas. A notícia foi escrita de forma intencionalmente tendenciosa por um jornalista afecto a um dos clubes em confronto, e que está a fazer este "trabalho" há já algum tempo. (Ver anexo);
4. Considerando os superiores interesses da FPF, que coloco acima dos meus interesses pessoais ou dos objectivos desse jornalista com cor e empenhamento clubístico, optei pela decisão que considero mais ajustada e apresentei a minha demissão do cargo de vogal do Conselho Fiscal da FPF;
Tomei esta decisão, repito, não porque considere ter praticado algum ilícito, mas porque é esta a forma de melhor defender o prestígio e o bom nome da instituição em causa.
Para defesa do meu bom nome, honra e imagem, irei recorrer às instâncias judiciais para reposição cabal da verdade, tendo em conta os factos que me são imputados.