Do sonho europeu ao pesadelo da descida. O amargo regresso do Estoril à II Liga
Do sonho de uma vaga nas competições europeias expresso no início da época ao pesadelo da descida passaram somente nove meses.
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O Estoril Praia foi uma das desilusões da temporada, ao colocar um ponto final em seis anos de presença contínua na I Liga de futebol com o 18.º e último lugar e a inevitável despromoção ao segundo escalão.
O trajeto dos estorilistas até começou por parecer promissor, com um arranque de bom nível nas primeiras jornadas, ainda sob a orientação de Pedro Emanuel. Todavia, oito derrotas consecutivas 'tramaram' o técnico em outubro, num prenúncio da instabilidade que se seguiria.
Pouco depois, chegou o madeirense Ivo Vieira, que assumiu o comando técnico da equipa após algumas semanas com Filipe Pedro a ocupar o cargo de forma interina.
E, se é verdade que a média de pontos dos estorilistas subiu, os números ficaram aquém do necessário.
Os 30 pontos finais, depois de um 'nulo' em Santa Maria da Feira na última jornada, quando só a vitória interessava, acabaram por mostrar que nem sempre esta fasquia pontual é suficiente para assegurar a permanência.
Apesar do castigo da despromoção, o Estoril deixou uma imagem de futebol positivo, ofensivo e desinibido em vários encontros e teve na vitória (2-0) sobre o Sporting, no início da segunda volta, o seu ponto alto da época.
Contudo, os números não mentem e no Estádio António Coimbra da Mota esteve sempre uma das mais frágeis formações da I Liga, com o pior ataque (29 golos, os mesmos do Moreirense) e a segunda pior defesa (61 golos, apenas atrás do Vitória de Setúbal), tendo ainda perdido 20 dos 34 encontros realizados na competição.
O pano caiu sobre a época na Amoreira, mas nem tudo foi negativo no clube da Linha. Com efeito, na equipa com a pior classificação da prova morou sempre um dos médios mais interessantes da Liga: o brasileiro Lucas Evangelista, que mostrou argumentos para voos mais altos.
Em sentido inverso, o compatriota Kléber desiludiu, contribuindo com apenas seis golos, num registo muito aquém do expectável para um avançado com o seu currículo.
Depois de duas presenças em competições europeias nas últimas seis épocas, o Estoril Praia deixa o convívio dos 'grandes' e regressa ao segundo escalão, no qual a última passagem, em 2011/12, acabou por valer o título de campeão.