"Já me chamaram Einstein. Acho que me assenta bem." Miguel Oliveira regressa a Portugal
O piloto português vai guardar o troféu pela primeira vitória numa prova do MotoGP no espaço que tinha reservado no armário de casa. À chegada a Portugal, Miguel Oliveira garante que não quer ficar por aqui. Quer ser campeão do mundo.
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Miguel Oliveira assume não esperava vencer uma prova do MotoGP sem antes experimentar a sensação de ficar perto desse feito, de subir ao pódio como segundo ou terceiro classificado. Ao ouvir o hino nacional no Grande Prémio de Estíria, em Spielberg, na Áustria, o piloto português confessa que sentiu que apenas cumpriu mais um objetivo de carreira.
"Sinto-me um piloto capaz de um dia ser campeão do mundo. Sei porque tenho muita vontade, muita perseverança", diz o piloto em tom afirmativo na chegada ao aeroporto de Lisboa. Disse-o, e repetiu-o na conferência de imprensa com os jornalistas, depois de ter apelado aos fãs para ficarem em casa, devido à pandemia da Covid-19.
"Esperava um pódio primeiro", confessa. "O aproveitar da oportunidade fez-me acreditar que o primeiro lugar era possível", lembra sobre o momento em que, em cima da mota, sentiu que poderia ultrapassar todos os opositores até final da prova.
Terminou a prova de punho cerrado. "Chegar sem ninguém à minha volta, com a bandeira xadrez à minha frente, foi uma alegria imensa", confessa, mas lembra, este era apenas mais um objetivo na carreira, longe ainda do sonho de ser campeão do mundo.
Mas a manobra que fez ao virar da última curva valeu-lhe elogios. "Já me chamaram de Einstein no paddock", confessa Miguel Oliveira sobre os bastidores do MotoGP. "Acho que me assenta bem", diz entre risos.
Miguel Oliveira explica que sempre tentou entender o que se passa na pista, raciocionar em cima da mota. "É sempre importante raciocinar em cima da moto e saber ler os adversários. É necessário fazer isso em cima da moto e à velocidade que tudo acontece parece fácil visto de fora, mas existe muito foco nesses momentos. A última volta de ontem foi uma questão de oportunidade e colocar-me no sítio certo à hora certa (...) Eu próprio estava arrepiado", diz.
O restante da temporada e o Grande Prémio de Portugal
Objetivo cumprido na Áustria, Miguel Oliveira quer agora mostrar que é capaz de repetir o feito ou o nível em cima da mota. "Acumular de pontos no final do campeonato é o que conta. Estamos [pilotos no MotoGP] a viver uma situação completamente distinta das temporadas passadas. Julgo que o importante é manter a consistência", diz o piloto português sobre o campeonato deste ano, condicionado pela pandemia nas datas, no formato e na ausência de público.
Sobre a prova em Portimão - Grande Prémio de Portugal -, lembra que os pilotos não podem testar nessa pista, que é um dos poucos que conhece a pista. Espero que seja um fim de semana em grande, para celebrar o facto de termos o MotoGP em Portugal", explica o piloto português, assumindo a pressão acrescida depois da primeira vitória no MotoGP.
"Gosto de ser um piloto respeitado em pista. É algo que se ganha."