Jardel, Amazónia e a gazeta do roupeiro. As aventuras de um português em Manaus

Em dezembro de 2010 o telefone de Paulo Morgado tocou. Era um empresário brasileiro, a acenar-lhe com uma proposta para o Rio Negro de Manaus. Sabia pouco ou nada do clube e até estava enganado quanto à geografia de Manaus. Mas a contratação de Mário Jardel convenceu-o...

audio TSF\audio\2017\11\noticias\20\paulo_morgado_amazonia O jornalista Ricardo Oliveira Duarte entrevistou o treinador Paulo Morgado

E quando, finalmente, chegou a Manaus já aí estava o homem que voava sobre os centrais? "Já havia Mário Jardel! Cheguei um dia antes dele, depois conheci-o pessoalmente. Mário Jardel esteve connosco a treinar durante uns dois meses, o hábito aqui é uma temporada bem longa, geralmente é de dois meses. E antes de começar o campeonato, uma semana antes, o Mário Jardel acabou por decidir abandonar e foi embora", conta à TSF o treinador português, de 42 anos, atualmente nas camadas jovens do Nacional Futebol Clube, em Manaus.

E continua: "Mas ainda esteve aqui comigo dois meses. Estivemos juntos no mesmo hotel, todos os dias almoçávamos e jantávamos juntos. O meu companheiro no Brasil, nos primeiros dois meses, foi Mário Jardel".

Para Paulo Morgado, o mais caricato aconteceu mesmo nesse primeiro clube no Brasil, onde esteve apenas quatro meses. "O futebol aqui está 20 anos atrasado em relação à Europa. Não tinha ideia que a desorganização era muito grande. Não sabíamos onde íamos treinar. Havia certos dias em que íamos treinar e as bolas não apareciam. O roupeiro faltava... Ou faltava o massagista. Às vezes, quando chovia, era impossível treinar. Quando chove, chove a sério, para tudo. Até o trânsito para."

Paulo Morgado, no Brasil desde dezembro de 2010, é o sexto convidado da rubrica "Treinadores Portugueses pelo Mundo", um programa conduzido por Ricardo Oliveira Duarte, que vai para o ar à segunda-feira, depois do Jornal de Desporto (18h40). Veja aqui as histórias de todos os convidados.