Jogos Olímpicos. Primeira mulher ao serviço de Portugal em tiro com armas de caça considera “legítimo” pensar em medalhas
Maria Inês Barros parte para Paris com o estatuto de campeã europeia
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A mira estava apontada para Los Angeles 2028, mas o tiro saiu mais certeiro do que o esperado. Maria Inês Barros é a primeira mulher a representar Portugal nos Jogos Olímpicos em tiro com armas de caça, na vertente de trap.
Em entrevista à TSF, a atleta, que completa 23 anos na quinta-feira, confessa que estava a “reservar” as fichas para o próximo ciclo olímpico, até porque se encontrava em fase de transição para o escalão de seniores. “Nas primeiras provas até nem me portei mal. Os resultados foram surgindo e começou a ser um objetivo chegar a Paris”, conta.
Em 2023, Maria Inês Barros conquistou quatro medalhas de ouro: na Taça do Mundo do Chipre em equipas mistas, na Taça do Mundo do Egito na prova individual, no Campeonato do Mundo do Azerbaijão, em equipa mistas, e na prova individual do Campeonato da Europa da Croácia.
Foi precisamente nessa última competição, na cidade de Osijek, que a atiradora conseguiu o apuramento. Assim que atingiu a qualificação - ficar nas quatro primeiras classificadas - acabou por “desfrutar do resto”, o que lhe permitiu “chegar mais longe”. “Não estava à espera de conseguir esta medalha”, frisa.
Maria Inês Barros vai ser a primeira mulher a competir pelo país na modalidade. A penafidelense não esconde que se trata de “um sonho realizado” e espera agora que “outras colegas” sigam o caminho.
Menos animador é o cenário de não haver homens a representar Portugal em tiro com armas de caça. Foi “uma sequência de acontecimentos infelizes”, explica Maria Inês Barros, que levou a este desfecho. Por exemplo, João Paulo Azevedo - o único luso nas últimas olimpíadas, em Tóquio - e Armelim Rodrigues ficaram "a um prato em mais de uma prova de qualificação”.
Nesse sentido, a finalista do curso de medicina veterinária promete competir não só por ela, mas também pelos colegas que a “ajudaram” a chegar a este patamar. Com o estatuto de campeã europeia, considera “legítimo” pensar em medalhas, mas prefere “não criar muitas expetativas”, porque é a primeira vez. “Quero chegar lá, desfrutar do evento em si e fazer uma boa prestação. Não quero pensar muito nisso. Espero que resulte em alguma coisa que deixe o país orgulhoso", perspetiva.
A prova feminina da modalidade de tiro com armas de caça, na vertente de trap, decorre entre 30 e 31 de julho, no Centro de Tiro de Chateauroux.
