Problemas financeiros podem pôr em causa a realização dos Jogos Paralímpicos Rio 2016. O Comité Paralímpico de Portugal ainda está à espera de dinheiro do Brasil para as viagens dos atletas.
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Portugal ainda não recebeu o dinheiro necessário para o transporte dos atletas para os Jogos Paralímpicos do Rio 2016. O Presidente do Comité Paralímpico de Portugal, Humberto Santos, confirmou a informação à TSF mas mostrou-se confiante de que os Jogos vão realizar-se.
A competição arranca já a 7 de setembro mas o comité organizador dos Paralímpicos ainda não enviou o dinheiro necessário para as despesas de transporte dos atletas.
Há entre 40 a 60 países na mesma situação que Portugal e já existem rumores de que o evento terá de ser cancelado.
Apesar de tudo, o Comité Paralímpico português não acredita no pior cenário. "Temos a certeza que o Comité Paralímpico Internacional, em conjunto com a comissão organizadora local, criará condições para que a situação de fratura absoluta não se verifique", disse Humberto Santos à TSF.
O Presidente do Comité Paralímpico de Portugal afirma que os atrasos nos pagamentos não são inéditos e, que, com ou sem dinheiro, "os atletas portugueses vão estar no Rio". A delegação portuguesa é composta por 29 atletas que vão competir em sete modalidades diferentes.
Novidade vai ser a presença de António Costa na abertura dos Jogos. É a primeira vez que um Primeiro-Ministro é convidado pelo Comité Paralímpico para estar presente na cerimónia. O Comité esteve reunido esta quarta-feira com o gabinete do Primeiro-Ministro.
(A falta de) dinheiros do Brasil
O comité organizador dos Jogos Paralímpicos está com problemas financeiros e o evento terá de ser financiado na totalidade por privados, numa altura em que há poucos patrocinadores interessados e as vendas de bilhetes estão a ser escassas.
A Justiça Federal do Rio de Janeiro proibiu a prefeitura do Rio e o governo federal de injetarem dinheiro publico na organização dos Jogos, alegando falta de transparência na utilização dos fundos.
A juíza responsável pelo caso, Márcia Maria Nunes de Barros, disse que, caso a transferência de recursos públicos fosse autorizada, estes poderiam "ser gastos sem qualquer controlo e dificilmente recuperados por quaisquer dos órgãos públicos, que se encontram em difícil situação financeira".
A prefeitura e o comité organizador dos Jogos anunciaram que vão recorrer da decisão. O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, disse que "seria uma vergonha para o Brasil não realizar estes Jogos".