O presidente da Associação Nacional de Treinadores de Futebol classifica os despedimentos de treinadores no futebol português como "uma vergonha" e acusa os dirigentes de serem incompetentes.
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José Pereira, presidente da Associação Nacional de Treinadores de Futebol (ANTF) classifica como incongruentes os sucessivos despedimentos de treinadores a que Portugal tem assistido.
"A primeira impressão que fica é a da incongruência dos dirigentes. Estamos todos a ver as contratações com pompa e circunstância, o grande abraço, o cachecol, essas coisas todas e depois passadas duas ou três semanas estão a despedir os treinadores. Há qualquer coisa aqui que não está bem. Esta situação das SAD iliba os presidentes da desonra da sua palavra. É fácil despedir os treinadores quando eles, atendendo à precariedade, às vezes aceitam, ou 'são obrigados' a aceitar situações menos favoráveis, mas também lhes cabe a eles alguma quota-parte nesta situação", alerta.
O dirigente alerta os treinadores em relação aos seus direitos e classifica os despedimentos como uma vergonha a nível "nacional e internacional".
"Não pode um indivíduo, duas ou três semanas depois de assumir um clube, ser despedido e porventura chegar a acordo, nem há remunerações a pagar. As pessoas não querem ser exigentes com aquilo que são os seus direitos e depois caímos nisto, que é uma vergonha a nível nacional e internacional. Não tem qualificação possível esta atitude dos dirigentes do futebol português", declara.
O presidente da ANTF critica ainda os critérios dos dirigentes desportivos que contratam os treinadores, considerando que demonstram "incompetência".
"Só demonstra a incompetência dos dirigentes. Ao contratarem os treinadores, não estão preocupados com o perfil do treinador, o perfil da equipa e o perfil do próprio presidente, para fazer um estudo conveniente daquilo que são as competências e o perfil de cada um para que efetivamente isso se possa rentabilizar. Isto em empresas a sério, o gerente que tomasse uma atitude destas, naturalmente teria que ser o primeiro a ser despedido", conclui José Pereira.