A análise à vitória do Sporting sobre o Tondela, que permite aos leões ascenderem (provisoriamente) ao terceiro lugar.
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Nuno Mendes. Deu boas indicações. Mostrou-se sólido defensivamente, e apesar de discreto no ataque, não comprometeu a construção ou criação de lances ofensivos do Sporting. É verdade que não foi muito testado por um Tondela que não conseguiu tirar o conforto quando o resultado ainda estava empatado, nem fazer perder a confiança quando o Sporting entrou em vantagem. Ainda assim, ficam sinais positivos de um estreante como titular, e apesar de as expectativas serem baixas para o Sporting, deixou transparecer alguma tranquilidade que lhe pode valer a confiança do treinador para lhe dar mais minutos.
Gonzalo Plata. O golo de Jovane não pode fazer esquecer o excelente trabalho do promissor extremo do Sporting, da mesma forma que o penalti de Sporar não pode apagar a subtileza do toque de Jovane que deixa Nuno Mendes em excelentes condições para definir o lance dentro da área. Plata fez uma exibição muito conseguida, deu seguimento, criou, e faltou-lhe apenas mostrar-se um pouco mais ao jogo. Sendo que não está muito confiante, percebo que não se mostre à toda hora para receber a bola, e que se tente defender não arriscando tanto nas suas acções.
Jovane. Apareceu nos momentos de decisão, e mais não foram por algum desacerto na finalização e alguma falta de clarividência na decisão de outros colegas. Ainda assim, os pormenores que decidiram o jogo saíram dos pés do extremo leonino, sendo que o livre executado de forma superior foi o momento alto de um jogo em que se percebe o grande momento de confiança que Jovane atravessa. O passe que coloca Nuno Mendes em excelente posição para definir o lance que termina com a marcação do penalti, é epiteto de um miúdo que neste momento respira confiança. Continua a ser um jogador com muito erro na tomada de decisão e que tem dificuldades técnicas evidentes para jogar entre as linhas do adversário; tal não o tem impedido de ser o jogador com mais rendimento neste Sporting.
Tondela. Conseguiu na primeira parte sair em construção, mas teve muita dificuldade em ligar o jogo para entrar no último terço. O esforço para ter a bola controlada acabou por não ter continuidade, e a baliza de Max foi muito pouco incomodada durante os primeiros 45 minutos. Na segunda parte, o Tondela foi mais agressivo e incisivo. É verdade que o Sporting entra do intervalo para gerir o jogo, mas Max teve muito mais trabalho. O 1x4x4x2, com uma pressão à entrada do meio campo, encaixou perfeitamente na saída de bola à 3 do Sporting. Os avançados não conseguiram provocar o erro de Quaresma, Coates ou Mathieu, e isso deu aos defesas tranquilidade para construir sem grandes condicionalismos. O Tondela até conseguiu algumas vezes ficar em situações onde o Sporting apenas defendia com 7 jogadores, sendo que apenas dois a proteger o corredor central, mas nunca conseguiu furar pelo meio, atacando a linha defensiva com tempo e espaço para definir o lance.
Sporting. A equipa de Rúben Amorim não jogou com um ritmo alto, e foi muito eficaz tendo em conta o número de situações de golo que dispôs. Entrou no jogo como se já estivesse em vantagem, e teve a fortuna de um Jovane inspirado para resolver o jogo na primeira parte. A construção foi muito facilitada por um Tondela que pouco pressionou, mas nunca foi capaz de capitalizar essa segurança para construir em situações claras de golo. Criou pouco para os poucos constrangimentos que sentiu, e para a forma pouco ameaçadora como o Tondela jogou. Na segunda parte, inclusivamente, até bem perto do final, somava apenas uma aproximação à baliza do Tondela, e tentou gerir o jogo, e conseguiu aguentar a vantagem no marcador.
*Comentador TSF