Kelvin Kiptum, recordista mundial da maratona, morre em acidente de viação
Atleta de 24 anos foi o primeiro atleta a completar a prova em menos de duas horas e um minuto.
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O atual recordista mundial da maratona, Kelvin Kiptum, morreu este domingo vítima de um acidente de viação, informou a World Athetics, que revelou ainda que o treinador do corredor queniano também morreu no acidente.
"A World Athletics lamenta profundamente a notícia da morte do recordista mundial da maratona Kelvin Kiptum, que morreu num acidente de viação, aos 24 anos. O seu treinador, Gervais Hakizimana, que estava no carro com Kiptum, também morreu no acidente", revela o organismo que rege o atletismo mundial.
Kitpum era um dos valores emergentes do atletismo mundial, tendo-se estreado na maratona com o fantástico tempo de 2:01.53 horas, em dezembro de 2022, para, menos de um ano depois, na sua terceira maratona, esmagar o recorde do mundo, fixando em 2:00.35, sendo o primeiro a correr abaixo das duas horas e um minuto e deixando antever que não iria demorar para baixar das duas horas.
Segundo o relato da também corredora queniana Milcah Chemos à AP, o acidente aconteceu numa rua entre as cidades de Eldoret e Kaptagat, na parte oeste do Quénia, numa zona reconhecida pelos treinos em grande altitude.
Presidente da World Athletics "chocado"
O presidente da World Athletics, Sebastian Coe, disse estar "chocado" com a morte e descreveu o queniano como "um atleta incrível que deixa um legado incrível".
"Estamos chocados e profundamente tristes ao saber da perda devastadora de Kelvin Kiptum e do seu treinador, Gervais Hakizimana. Em nome de todo o atletismo mundial, enviamos as nossas mais profundas condolências às suas famílias, amigos, companheiros de equipa e à nação do Quénia", disse Coe num comunicado oficial.
Na nota, Coe lembra que só no início desta semana, em Chicago, "o local onde Kelvin estabeleceu o seu extraordinário recorde mundial da maratona", é que pode ratificar oficialmente "o seu tempo histórico".
"Kelvin foi um atleta incrível que deixa um legado incrível, sentiremos muita falta dele", acrescenta.
Presidente queniano lamenta perda do "futuro"
O Presidente do Quénia, William Ruto, escreveu na rede social X que "Kelvin Kiptum era uma estrela. Possivelmente um dos melhores desportistas do mundo que rompeu barreiras para conseguir um recorde na maratona".
"Kiptum era o nosso futuro. Um atleta extraordinário deixou uma marca extraordinária no mundo. Os nossos pensamentos estão com a família e a fraternidade desportiva. Que descanse em paz", acrescentou William Ruto.
A primeira-dama do país, Rachel Ruto, declarou-se "de coração partido" pela morte da atleta, que descreveu como "um símbolo de resiliência, de trabalho árduo e do espírito indomável do povo queniano".
Por sua vez, o vice-presidente do país, Rigathi Gachagua, descreveu a morte do atleta como uma "grande perda", "uma estrela incrível [que] ergueu bem alto a bandeira queniana, trazendo glória à nação".
Kipchoge "profundamente triste"
O atleta queniano Eliud Kipchoge, bicampeão olímpico da maratona, assumiu-se "profundamente triste" com a morte do seu compatriota que bateu o seu recorde do mundo na distância.
"Estou profundamente triste pela trágica morte do recordista mundial da maratona e estrela em ascensão Kelvin Kiptum", escreveu Kipchoge, nas suas páginas oficiais nas redes sociais.
Kipchoge, de 39 anos, foi detentor do recorde do mundo da maratona desde 16 de setembro de 2018 (02:01.39 horas) - uma marca que melhorou para 02:01.09 em 25 de setembro de 2022 - e até 8 de outubro de 2023, quando Kiptum, de 24 anos, o estabeleceu em 02:00.35.
"Um desportista que tinha toda uma vida pela frente, para alcançar uma grandeza incrível. Ofereço os meus mais sentidos pêsames à sua jovem família. Que Deus os console neste momento difícil", concluiu Kipchoge.
"Profunda tristeza" no COI
O presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, disse nas redes sociais ter ficado a saber "com profunda tristeza" da morte do recordista.
Thomas Bach disse que estava empolgado por saber o que Kiptum, "o mais rápido maratonista do mundo", poderia vir a conseguir nos Jogos Olímpicos Paris 2024.
"Os nossos pensamentos estão com a sua família e amigos, assim como com os do seu treinador, Gervais Hazimana, que também morreu no acidente", referiu o presidente do COI.
