O Benfica foi a Vila do Conde arrancar uma vitória sofrida.
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Em Vila Conde os regressos à titularidade de Matheus Reis, Diogo Figueiras, Nuno Santos e Piazon, permitiram que a equipa de Carlos Carvalhal oscilasse o posicionamento, de forma clara, quando defendia e atacava.
Sem bola, Nuno Santos, acompanhava aos subidas de Tomás Tavares no corredor direito controlando a largura nesse lado da defesa rioavista, empurrando Matheus Reis para o espaço interior, garantido robustez e, pelo menos, igualdade numérica, controlando a liberdade de movimentos habitual de Rafa e Pizzi, que partiam das faixas.
Com bola, Piazón partindo da direita do ataque, para explorar as costas de Gabriel que pressionava alto, Al Musrati, era o alvo para a ligação da equipa de Vila do Conde.
Privilegiando passes curtos, o Rio Ave, atraiu o Benfica para o seu meio campo e encontrava o brasileiro livre à frente da linha defensiva encarnada, o que deixava Ferro na dúvida se deveria saltar na pressão ou manter-se na linha defensiva dado que Taremi, promoveu o ataque constante às costas do jovem português. Diogo Figueiras com a qualidade de passe longo e com o seu posicionamento a garantir largura na direita, retirava Nuno Tavares de posição o que fragilizava ainda mais a posição de Ferro.
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Bruno Lage apresentou três médios, na maioria, do tempo com Weigl como homem mais recuado e com Gabriel e Taarabt a pressionarem bem subidos, respectivamente, Al Musrati e Filipe Augusto.
Com bola a serem solução, maioritariamente, no corredor central intermédio, dado que Weigl, baixou num início de ataque a três entre Ruben Dias e Ferro.
A estreia de Dyego Sousa, que durou 45 minutos, ficará marcada pela capacidade demonstrada para segurar a bola permitindo à equipa sair da pressão adversária e pela abordagem deficiente, no livre lateral defensivo, que permitiu a Taremi, desbloquear um jogo que estrategicamente os dois conjuntos amarraram.
Após o golo aos 25 minutos, o Rio Ave, cresceu ainda mais na partida. Numa das boas incursões pelo corredor esquerdo de Nuno Santos, este assistiu Taremi que sem oposição na área encarnada desperdiça a possibilidade de ampliar o marcador e torná-lo, demasiado penalizador para um Benfica que apesar de incapaz de criar perigo junto da baliza de Kieszek, mantinha-se organizado e defensivamente estável.
A primeira parte não terminaria sem a magia de Taarabt, ser vista no estádio dos Arcos, descaído para a direita, numa permuta com Pizzi que foi habitual ao longo do tempo que estiveram em campo, tirou dois adversários do caminho e assistiu Rafa para aquele que seria o golo do empate. Luís Godinho com auxílio do VAR, Tiago Martins, anulou a jogada por fora de jogo a Dyego Sousa.
Ao intervalo, o resultado ajustava-se ao que se tinha passado na 1º parte.
O intervalo trouxe um Benfica mais assertivo, desde logo, pela troca de avançados. Saiu Dyego Sousa e entrou Seferovic.
A proatividade de Lage foi recompensada.
Mais pressionante, com o suíço, e capaz de criar perigo, exemplo é o cabeceamento à trave de Seferovic três minutos após o reatar da partida, na sequência de um livre cobrado por Pizzi à direita.
A velocidade das ações do Benfica, aumentou e de que maneira, e o próprio Seferovic assistiu Rafa que não conseguiu desfeitear Kieszek que numa corajosa saída manteve a baliza a zero.
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As indicações eram positivas mas Bruno Lage queria mais e junta Vinicius ao suíço, no ataque encarnado, abdicando de Taarabt no meio campo.
A mensagem era clara: maior poder de fogo e mais pressão sobre a última linha adversária.
No minuto seguinte, Al Musrati, vê o segundo amarelo, sendo expulso.
Tinha Carlos Carvalhal preparado Tarantini, para entrar e reequilibrar a equipa, com a saída de Diego Lopes e o Benfica aproveitou o momento de desequilíbrio adversário para igualar a partida.
Excelente cruzamento de Nuno Tavares, na esquerda, para Seferovic finalizar na melhor forma.
O Rio Ave reequilibrou-se com o placar igualado conseguindo suster o ímpeto encarnado.
No decorrer do minuto 72, uma entrada fora de tempo de Nuno Santos, retira-o da partida, expulso, e torna a missão do Rio Ave extraordinariamente difícil.
Apesar de ter menos dois homens que o adversário manteve-se sempre organizada a equipa de vila do conde, com uma linha de quatro defesas, com Tarantini, na direita, Filipe Augusto, no meio e Piazón, à esquerda a formar o tridente do meio campo que quando tinha bola servia o sempre disponível e talentoso, Taremi, que sozinho manteve o quarteto defensivo adversário em sentido.
Já com Chiquinho em campo no lugar de Gabriel e através de um canto cobrado por Pizzi, Weigl cabeceou para o golo que ditaria a vitória encarnada.
A luta do título está ao rubro será até à última jornada. O título de grande equipa é que não pode ser negado a um Rio Ave que sabe o que faz em cada momento do jogo perante tantas adversidades.
A um grande Rio Ave, respondeu um Benfica em crescendo que ganhou mais que três pontos. Ganhou a batalha emocional contra si próprio, afastou a desconfiança no investimento efetuado em janeiro, até à data sem retorno, e aproveitou o deslize do Porto na Vila das Aves.
*Comentador TSF