Lionel Messi esteve quase um ano e meio sem conhecer a derrota num jogo da liga espanhola, mas esta quarta-feira o pequeno Leganés, último de La Liga acabou com a série dourada de 48 jogos sem perder no campeonato do argentino. Não foi dia de Messi, mas poucos tiveram possibilidade de o testemunhar, nomeadamente em Portugal.
Corpo do artigo
Ainda com ecos da (sempre vã) polémica à volta da atribuição do Prémio FIFA para melhor jogador do mundo, volta o que mais interessa, o futebol, esse desporto em que, acima de tudo, as proezas individuais contam (ou deviam contar) para os triunfos coletivos.
Esta quarta-feira foi dia de jogo em algumas das mais importantes ligas europeias, incluindo em Espanha, onde o campeão em título, o Barcelona, perdeu no terreno do último, o Leganés, sofrendo a primeira derrota da temporada.
Os catalães estiveram a ganhar, com um grande golo do brasileiro Coutinho, a passe de Leo Messi, mas no início da segunda parte, no espaço de um minuto a equipa da casa deu a volta ao marcador, aproveitando dois erros crassos da defesa catalã. E desta vez Messi foi incapaz de ser aquilo que tem sido nos últimos anos: uma peça de uma máquina e, ao mesmo tempo, a sua estrela mais brilhante.
Apesar disso, mesmo que Lionel Messi não seja, neste momento, o rei do mundo do futebol, continua a ser incontornavelmente o rei de La Liga e do futebol espanhol. A "Pulga" não conhecia o saber da derrota num jogo do campeonato espanhol há um ano e meio (desde Abril de 2017), somando 48 encontros sem perder, nos quais contribuiu decisivamente para 38 triunfos e 10 empates do Barça.
Nesses 48 jogos sem derrotas, apontou 49 golos (à média de um golo a cada 82 minutos) e realizou 16 assistências. Isto significa duas coisas:
- teve influência direta (como marcador ou assistente) em 65 dos 137 golos marcados pelos blaugrana nas referidas 48 partidas, ou seja, em quase 50%.
- e em média, precisa de pouco mais de 60 minutos para participar decisivamente num golo do Barça.
Façanhas a que Messi junta nove títulos de campeão espanhol (em 14 possíveis), incluindo três dos últimos quatro disputados. Nos golos marcados, possuiu cinco títulos de melhor goleador da prova, incluindo os dois últimos (que corresponderam também à Bota de Ouro, melhor marcador dos campeonatos europeus). E já agora convém não esquecer que Messi é máximo goleador da história da liga espanhola, com 388 golos (média de 0.92 por encontro).
Como o Barça venceu as últimas quatro edições da Copa del Rey, assegurou ainda três "dobradinhas" nas últimas quatro temporadas. Tudo somado, Messi é também já o jogador com mais títulos conquistados de sempre no futebol espanhol (23), mais de 60% dos troféus que disputou.
E tudo isto feito com tanto brilhantismo e genialidade que não deixam alternativa aos verdadeiros adeptos de futebol no nosso país, ainda a adaptarem-se aos novos tempos de oferta futebolística no televisão por cabo: ou abrem os cordões à bolsa ou enveredam pela pirataria informática, porque verdadeiro pecado é não ceder ao magnetismo do cérebro que habita o pé esquerdo de Messi.
PS: Voltaremos a falar de Messi, e de Cristiano Ronaldo, entre muitos outros assuntos, na emissão semanal de Números Redondos, na sexta-feira, às 17.30, na antena da TSF