Corpo do artigo
Rui Rodrigues, antigo defesa da Académica, recorda Mário Wilson, que o acolheu em Portugal, com uma recomendação que valeu " um puxão de orelhas". Momentos da vida do 'eterno capitão', que morreu na terça-feira, aos 86 anos.
Corria o ano de 1962 quando chegou a Portugal, vindo de Moçambique. Rui Rodrigues, jovem defesa que foi parar à Académica com uma carta dirigida ao então capitão da 'briosa', Mário Wilson.
"Eu tinha uma carta do irmão, de Lourenço Marques, para o Mário Wilson, mas depois do treino o Mário Wilson disse 'vou puxar as orelhas ao meu irmão porque ele não tinha de mandar a carta porque tu sabes jogar. Era uma maravilha. Tenho saudades desses tempos da Académica", afirmou Rui Rodrigues.
Ao longo dos anos, Rui Rodrigues e o eterno capitão desenvolveram uma grande amizade, que foi muito para além das quatro linhas: "Mário Wilson é o meu padrinho de casamento, jogámos juntos, foi meu treinador, tudo ligado ao futebol, mas não só. No Natal, eu, o Piscas e o Almeida - que não tínhamos cá família - íamos para casa dele comer uma bolachinha e beber um copo. Era como se fosse nosso irmão mais velho".
Muitos momentos ficam por contar, mas Rui Rodrigues adjetiva-os todos com a mesma palavra. "Maravilha, maravilha. Estou a recordar jogos que ganhámos. Ele punha-nos à vontade, dávamos tudo. O Wilson uma vez disse-me 'falhar um passe também é jogar bem".