Marque pode ser o sexto vencedor da Volta a Portugal desclassificado por doping
O ciclista espanhol Alejandro Marque poderá ser o sexto vencedor de uma Volta a Portugal a perder o título, caso se confirme o controlo antidoping positivo, quatro anos depois da última desclassificação.
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O galego, de 32 anos, conquistou em agosto, ao serviço da OFM-Quinta da Lixa a prova «rainha» do ciclismo português, sucedendo no historial ao compatriota e companheiro de treino David Blanco, vencedor de cinco edições da Volta.
O jornal espanhol El Pais noticia hoje que Marque teve um controlo antidoping positivo durante a edição de 2013 da Volta a Portugal em bicicleta, acusando o recurso ao esteroide betametasona.
Contactado pela agência Lusa, o diretor desportivo da OFM-Quinta da Lixa, José Barros, assegurou que Alejandro Marque tinha uma prescrição médica para recorrer ao esteroide betametasona.
Caso Marque seja desclassificado, o seu companheiro de equipa e compatriota Gustavo Veloso deverá «herdar» o título de vencedor, quatro anos depois de Nuno Ribeiro ter perdido a «coroa», também devido a um controlo positivo.
Ao serviço da Liberty Seguros, Nuno Ribeiro conquistou em 2009 pela segunda vez a Volta a Portugal, depois do triunfo de 2003, mas perdeu o título para o espanhol David Blanco após a contra-análise ter confirmado o recurso a eritropoietina recombinante (EPO CERA).
Antes, era necessário recuar 30 anos para encontrar outra desclassificação de um vencedor da Volta a Portugal devido a um caso de doping, tendo Marco Chagas sido o último, na 41.ª edição.
Chagas, que teria outro controlo positivo em 1987, teve um controlo positivo na última etapa da prova de 1979, acabando o triunfo final por ser atribuído a Joaquim Sousa Santos.
Joaquim Agostinho poderia ter ganho cinco Voltas consecutivas, mas perdeu dois títulos, em 1969 e 1973, o primeiro a favor de Joaquim Andrade.
Quatro anos depois, Agostinho, considerado o maior ciclista português de sempre, voltaria a ser desclassificado, por utilizar um estimulante, dando o triunfo ao espanhol Jesus Manzaneque.
Em 1978, Fernando Mendes também perdeu a vitória na Volta a Portugal, embora não tenha tido um controlo positivo na 40.ª edição da prova.
O ciclista recusou ir a um controlo sanitário, o que, disciplinarmente, correspondia a um teste positivo, com a vitória a ser entregue a Belmiro Silva.