Verstappen fez de herói no mais recente filme de cowboys e o COTA foi o cenário principal da consagração do neerlandês e da Red Bull, que garantiu o campeonato do mundo de construtores. A três corridas do final da temporada, tudo ficou decidido na Fórmula 1, mas, mesmo assim, a ação não foi retirada dos fãs.
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A caravana da Fórmula 1 regressou aos Estados Unidos da América com o campeonato do mundo de pilotos resolvido. Max Verstappen já entrou no Circuito das Américas, localizado no estado do Texas, com o capacete decorado com as faixas do segundo título, mas faltava decidir quem seria o vencedor do troféu de melhor construtor da temporada.
O fim de semana ficou marcado pela morte de Dietrich Matesitchz, o co-fundador da Red Bull e um dos obreiros do legado da marca austríaca no desporto motorizado. A vitória do neerlandês significou uma homenagem ainda mais sentida, pois o título de campeão foi entregue, matematicamente, à sua equipa, nove anos depois do último, em 2013.
Dentro da pista, o início da longa-metragem podia ser considerado um drama, principalmente para a Ferrari. Carlos Sainz, que partiu da pole position, foi ultrapassado no arranque devido a uma reação canhão de Verstappen. No entanto, na travagem após a longa subida para a primeira curva, Carlos Sainz ficou impossibilitado de responder porque foi tocado por George Russell, e ficou logo fora da contenda.
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Enquanto o carro com o número 1 fugia, a direção de corrida anunciava o veredito: o britânico da Mercedes seria punido com cinco segundos em relação ao tempo final devido ao incidente. Passado o susto inicial, durante algumas voltas, a estratégia de pneus aparentava ser o fator essencial para a luta por lugares na classificação, e os compostos duros foram uma opção para quase todos os pilotos.
Charles Leclerc, que partiu de 12.º, foi recuperando naturalmente posições e, numa estratégia de paragem mais tardia em relação aos distantes, beneficiou de um safety car, na volta 18, que surgiu após uma saída de pista de Valtteri Bottas. O finlandês perdeu o controlo da traseira e terminou a sua participação ao ficar preso na gravilha do circuito.
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O carro verde conduzido por Bernd Maylander mal tinha regressado às boxes para reatar a corrida e já tinha motivos para regressar, na volta número 21. Fernando Alonso, numa tentativa de ultrapassagem a Lance Stroll, subiu com uma das rodas dianteiras no composto traseiro do piloto canadiano e, num verdadeiro cavalinho, qual corrida de MotoGP, bateu no muro. Stroll fez um pião, ficando com o carro mais danificado, o que o levou a abandonar, mas o espanhol foi às boxes e conseguiu continuar.
No asfalto, os detritos do incidente percorreram vários metros e causaram problemas em vários monolugares. A bandeira amarela esvoaçou durante mais tempo para a limpeza da pista e, no momento em que foi reatada a corrida,na volta 26, Verstappen manteve a liderança, com Lewis Hamilton a ficar para trás.
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A luta que ficou na retina na "terceira parte" da corrida foi entre Leclerc e Sergio Pérez. O monegasco da Ferrari levou a melhor após alguma pressão e, numa manobra tanto arriscada como fantástica em relação ao mexicano, ficou com o terceiro lugar. No segundo pelotão, a corrida também aquecia, com lutas intensas por lugares pontuáveis.
O Circuito Das Américas nunca nos deixa ficar mal em termos de animação. Numa nova paragem nas boxes, o que parecia uma corrida calma para Verstappen, passou a ser um thriller devido a um problema com a pistola de pneus na box da Red Bull, num raro erro da equipa da marca austríaca. O neerlandês, à volta 36, estava encarregue de voltar à liderança nas últimas 20 passagens pela reta da meta.
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Na frente, estava Lewis Hamilton, mas sem antes ter estado Sebastian Vettel, que, durante alguns minutos, se manteve na liderança, recordando os bons velhos tempos. O alemão foi rendido pelo britânico e, numa paragem, o carro número 5 da Aston Martin ficou arredado dos primeiros lugares por um erro na colocação de um dos pneus dianteiros.
Voltando a Verstappen, o campeão do mundo teve de suar para ultrapassar Charles Leclerc. Numa sequência de déjà vus, o piloto da Red Bull ultrapassou o adversário que tantas dores de cabeça lhe deu no início de temporada e, mais tarde, lutou para se colar à traseira do carro de Lewis Hamilton, numa reedição da corrida de 2018 e, mais ferozmente, em 2021.
A velocidade estonteante do RB18 ficou, mais uma vez, bem patente e, numa manobra inteligente, com uma travagem tardia, o neerlandês reassumiu a frente do pelotão, posição que manteve até ao final. A mensagem de rádio da praxe foi tardia, mas agregou duas realidades: "Max, tu és campeão do mundo e nós somos campeões de construtores", disse Christian Horner.
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A fechar o pódio, Lewis Hamilton cruzou a linha de meta em segundo e Charles Leclerc terminou em terceiro. Os títulos podiam já estar decididos, mas, mesmo assim, o solo dos Estados Unidos da América deu-nos a oportunidade de assistir a uma das melhores corridas da temporada, com vários líderes, incidentes e ultrapassagens que valem o bilhete.
Max Verstappen conquistou, assim, a 13.ª vitória em 19 grandes prémios, igualando Sebastian Vettel e Michael Schumacher como piloto com mais triunfos numa época. Faltam três corridas para o final e este é o ponto final que falta acrescentar a um conto de fadas escrito pelo campeão do mundo. Agora, segue-se o México, entre 28 e 30 de outubro, no calendário da temporada de 2022 da Fórmula 1.