Fumo Laranja: Habemus Max. Verstappen vence em casa e o título está cada vez mais perto
Em Zandvoort, as boas estratégias fizeram a diferença. No Grande Prémio caseiro, o neerlandês beneficiou das decisões bem sucedidas do muro das boxes da Red Bull, conquistou mais um troféu e aumentou, mais uma vez, a vantagem na liderança. George Russell e Charles Leclerc fecharam o pódio.
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Costuma-se dizer, na sabedoria popular, que a nossa casa é onde está o nosso coração. Em 21 das 22 rondas que compõem o calendário de 2022 da Fórmula 1, Max Verstappen corre para ganhar, mas no seu país de origem, o sabor da vitória é diferente. O neerlandês, após conquistar a pole position, com ajuda preciosa dos engenheiros, venceu pela quarta vez consecutiva e abriu, ainda mais, a vantagem no topo do Campeonato do Mundo de Pilotos e o fumo laranja preencheu a pista.
O circuito à beira-mar plantado, na cidade costeira de Zandvoort, voltou a receber um grande prémio. As bancadas, repletas de cor de laranja, denunciavam o favoritismo caseiro. Desde a partida, quando os cinco semáforos se apagaram, os adeptos tiveram o que mais queriam: o carro número um a manter a liderança. Charles Leclerc ficou longe da traseira do neerlandês em poucas curvas.
Durante todo o fim de semana, as condições do asfalto foram reportadas pelos pilotos de todas as categorias que por lá competiram, em apoio à competição. Num local que é, devido à forma estreita do circuito, difícil de ultrapassar, as estratégias nos muros das boxes decidiram muitas das posições na corrida dos Países Baixos.
Do trio da frente, Carlos Sainz foi o primeiro a ser chamado para mudar pneus. A paragem foi, no mínimo, desastrosa: os mecânicos da Ferrari esqueceram-se da roda traseira do lado esquerdo e o espanhol foi obrigado a estar parado durante mais de 12 segundos. Para não melhorar, Sérgio Pérez, da Red Bull, que parou uma box atrás, pisou uma pistola de ar que estava sem dono no meio do chão.
Voltando à pista, após os principais candidatos voltarem com borracha nova, percebeu-se que a Mercedes colocou ambos os pilotos, Lewis Hamilton e George Russell, com pneus duros, numa abordagem diferente das restantes. A estratégia parecia funcionar e, nas primeiras voltas, a equipa das flechas de prata colecionava voltas mais rápidas no circuito de Zandvoort.
Quando a corrida parecia estar a correr de feição para a Mercedes, o guião do resto do Grande Prémio sofreu uma reviravolta. O japonês da Alpha Tauri, Yuki Tsunoda, queixou-se de problemas nos pneus do seu monolugar e dirigiu-se para as boxes. Após algumas manobras dos mecânicos, voltou lentamente para a pista e acabou por parar, obrigando a ativar o safety car virtual.
A romaria para a mudança de compostos voltou, para aproveitar o facto de os adverários andarem um pouco mais devagar em pista. Verstappen calçou pneus duros e a Mercedes, numa paragem dupla, colocou médios em ambos os pilotos. Quando Hamilton se voltava a aproximar da liderança, aconteceu mais um incidente.
Valtteri Bottas, da Alfa Romeo, perdeu a potência no motor e parou na reta da meta. Pela primeira vez na história, correu-se em Zandvoort atrás do safety car. Desta vez, dos da frente, pararam Charles Leclerc e Verstappen.
Na liderança, Lewis Hamilton via pelos espelhos que esse estatuto poderia mudar rapidamente. Quando a corrida recomeçou, oficialmente, o neerlandês da Red Bull não teve problemas em regressar ao lugar que lhe pertencia. Com pneus menos indicados para o certame e com um tom de indignação na rádio, o britânico foi ultrapassado por Russell e, um pouco mais tarde, por Charles Leclerc.
As voltas finais foram de consagração para Max Verstappen. Pela segunda vez em Zandvoort, o neerlandês fez os seus fãs lançar o fumo laranja. No campeonato, registou a décima vitória e a quarta de forma consecutiva. O campeonato do mundo de pilotos está cada vez mais perto de voltar seu dono atual.