Mohamed Amoura, “um produto final” habituado ao combate com gigantes mesmo sendo peso-pluma
Na TSF, o diretor de scouting do Cercle de Brugge faz um perfil do alvo do Benfica no mercado. O jogador pode obrigar o Benfica a quebrar todos os recordes no mercado português, mas João Araújo garante que o argelino garante rendimento imediato
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Um ano na Bélgica bastou para que Mohamed Amoura tenha conseguido um bilhete para o campeonato vizinho, a Bundesliga, para um palco desejado e onde apareceu de rompante e com impacto mensurável: dez golos e sete assistências pelo Wolfsburgo, mesmo não jogando como referência no ataque. A descrição do jogador desejado pelo Benfica é feita na TSF pelo coordenador de scouting do Cercle de Brugge, João Araújo, que observou o atleta com atenção durante a meteórica (só uma época) passagem do argelino pela Bélgica.
A conclusão do olheiro pode ser resumida em duas palavras: Mohamed Amoura é "produto final", um jogador que deixou de ser um projeto ou um talento, passou a ser um avançado para o mais alto nível.
Não me parece que tenha ainda uma grande margem para se desenvolver. É um jogador para dar uma resposta imediata.
Talvez por isso o Benfica esteja na disposição de fazer o maior investimento de sempre por um jogador no mercado, ao que apurou a TSF.
Puxando atrás a fita do tempo, João Araújo lembra que o jogador se destacou numa única temporada na Bélgica, ao serviço do Union Saint Gilloise, clube do sul de Bruxelas, o mesmo de onde chegou este verão Franjo Ivanovic - possante avançado que custou 22,8 milhões de euros ao Benfica, um clube com apetência para descobrir bons avançados fora dos roteiros tradicionais de prospeção. Mas Amoura foge ao perfil de Ivanovic, de Deniz Undav, Boniface ou Promise Simon, avançados mais corpulentos.
Na Bélgica, o perfil de velocista e repentista de Mohamed Amoura deixou uma marca em quem o acompanhou. “É um avançado que, embora seja baixo, é um jogador difícil de defender devido à mobilidade que tem.”
Um peso-pluma entre gigantes
Entre gigantes, Amoura destaca-se apesar de ter 1,70 metros de altura e menos de 70 kg. Um peso-pluma entre os defesas do campeonato belga ou, mais recentemente, entre jogadores do campeonato alemão, onde também se destacou ao serviço do Wolfsburgo, que pagou por ele quase 15 milhões de euros há um ano.
“Tem um bom instinto dentro da área e tem mostrado essa capacidade de finalização em diferentes contextos”, lembra João Araújo. Os números dizem que Amoura tem (em agosto de 2025) 13 golos em 32 jogos pela seleção argelina - primeira no apuramento para o mundial de 2026 -, dez golos e nove assistências pelo Wolfsburg na Bundesliga (34 jogos) e 21 golos em 45 jogos - e 7 assistências -, pelo Union St. Gilloise da Bélgica. Antes, a serviço do FC Lugano (Suíça), apontou dez golos em 36 jogos.
No Benfica, o contexto será um pouco diferente, mas a possibilidade de conquistar títulos e jogar a Liga dos Campeões atraí o atleta. “Um jogador capaz em momentos de contra-ataque”, mas também capaz “de jogar contra blocos baixos”. João Araújo explica que o jogador “pode sobressair no último terço na forma como encontra os espaços” com facilidade, onde outros não os conseguem descobrir. Esta mobilidade permite ao jogador atuar tanto na faixa central como a partir de um corredor, uma alternativa para entrar facilmente no modelo de Bruno Lage no Benfica, mais ainda pela ausência cada vez mais previsível de Kerem Akturkoglu no plantel esta temporada.
