Mourinho desvaloriza emoção do regresso ao Chelsea: "Já não sou azul. Sou vermelho e quero ganhar"

O técnico afirma que o Benfica é um clube "gigante" europeu que vai enfrentar um "tubarão a nível económico"
Adrian Dennis/AFP
Proprietário de uma casa na capital britânica perto de Stamford Bridge, José Mourinho garante que as "sensações de chegar aqui não foram assim tão profundas" porque passa aqui frequentemente e até é abordado por muitos adeptos do Chelsea
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O treinador do Benfica, José Mourinho, desvalorizou esta segunda-feira o impacto emotivo do regresso ao estádio do Chelsea, afirmando que já não é "azul, mas sim vermelho" e quer "ganhar" o jogo da Liga dos Campeões de futebol.
"Sim, estou em casa, mas já joguei aqui com o Tottenham, com o Manchester United, com o Inter de Milão na Champions e durante 90 minutos nem pensei por um segundo onde estava e com quem estava a jogar", afirmou, durante a conferência de imprensa de antevisão da partida da segunda jornada da competição agendada para terça-feira, em Stamford Bridge.
O técnico vai reencontrar o clube que orientou entre 2004 e 2007, e de 2013 a 2015, e com o qual conquistou três vezes a Premier League, entre outros troféus.
Como eles dizem, I'm not a blue anymore [já não sou azul, na tradução para português], sou vermelho e quero ganhar.
Proprietário de uma casa na capital britânica perto de Stamford Bridge, garantiu que as "sensações de chegar aqui não foram assim tão profundas" porque passa aqui frequentemente e até é abordado por muitos adeptos do Chelsea.
"É um estádio onde não sentirei nenhum tipo de antagonismo, penso eu", confessou.
O treinador português disse que estar "à espera de duas equipas que querem ganhar", não se intimidando por os londrinos jogarem em casa.
"Nós, por uma questão de cultura de clube e também pela identidade que eu quero dar à equipa progressivamente, também não haverá estádio ou adversário que nos faça pensar de outra maneira", salientou.
Mourinho reconheceu que o Benfica está numa situação complicada, depois da derrota com o Qarabag (2-3), na primeira jornada da fase de liga que originou a saída de Bruno Lage do comando dos encarnados, pelo que terá de tentar pontuar em todos os jogos para conseguir a qualificação.
"Os pontos que nós perdemos foram, à partida, pontos que se pensava que iríamos somar. E vamos ter de ir à caça de pontos em todos os sete jogos que temos pela frente", salientou.
O treinador queixou-se de ter treinado apenas uma vez com o grupo de jogadores completo e mostrou-se satisfeito com os três dias que separaram o duelo com o Gil Vicente, para o campeonato, e esta partida em Londres, mas revelou que o trabalho de organização tática foi "mais passivo do que propriamente ativo no campo".
"Eu hoje gostaria de ter treinado no Seixal, mas não foi possível por uma questão de logística. E no treino de hoje eu tinha duas opções. Uma, o treino é aberto, vocês [jornalistas] estão lá e não posso trabalhar taticamente. A segunda opção era só 15 minutos para vocês, mas aberto para as câmaras que estão aí [no estádio], que fui eu que as pus lá há muitos anos. O que significa que o treino seria na mesma aberto", justificou.
Mourinho disse que o Benfica é um clube "gigante" europeu que vai enfrentar um "tubarão a nível económico".
"Uma coisa é a dimensão do clube, a história, a dimensão social, a cultura, outra coisa é o poderio económico e, neste momento, no futebol europeu há clubes economicamente muito, muito poderosos. Mas nós podemos competir com eles no jogo", prometeu.
Sobre o regresso ao futebol português, Mourinho reforçou que pensava, inicialmente, que o faria para dirigir a seleção nacional, mas que não conseguiu recusar este convite porque treinar o "Benfica é uma grande responsabilidade por diferentes razões".
O Benfica defronta o Chelsea na segunda jornada da fase de liga da Liga dos Campeões na terça-feira, às 20:00, em Stamford Bridge.
