Mourinho é o novo treinador do Benfica: "doido para ganhar o próximo jogo" e com "mais fome do que há 25 anos"
O técnico, com contrato até 2027, afirma sentir-se "mais vivo do que nunca" e aponta que o clube "tem todas as condições para ganhar o campeonato"
Corpo do artigo
Depois de vários rumores, é oficial: José Mourinho volta ao Estádio da Luz após 25 anos para assumir o comando técnico do Benfica.
Na sessão de apresentação, o técnico de 62 anos começa por agradecer a "confiança e a honra" de ter sido escolhido para o cargo.
"Tenho tantas emoções, mas a experiência ajuda a controlá-las. Agradeço a confiança e a honra que sinto neste momento. Sendo português, não há um único que não conheça a história, a cultura, a dimensão da nação benfiquista e deste clube", sublinha.
Refere ainda que é agora treinador "de um dos maiores clubes do mundo" e garante que quer focar-se nessa "missão".
Ainda que tenha estado longe do relvado vermelho e branco durante 25 anos, confessa que durante esse hiato nenhum dos "outros gigantes clubes" que comandou o fez "sentir mais honrado, responsabilizado e motivado do que o Benfica".
"Mas as palavras, muitas vezes, leva-as o vento. As atitudes não. E a promessa é clara: vou viver para o Benfica", assegura.
Assume que "não vai ganhar sempre", mas aponta que as águias "não podem perder" da mesma forma que no duelo frente ao Qarabag e vinca que o Benfica é aquele que jogou contra o Fernerbahçe.
Assume ainda que, do ponto vista tático, "vai meter o dedinho", ainda que de forma "controlada", porque não quer "desvirtuar a essência" dos vermelhos e brancos. Reconhece, por isso, que "muita coisa foi bem feita" por Bruno Lage, a quem deseja "todas as felicidades".
Considera, porém, que as águias "morderam pouco" nos últimos jogos e promete atacar e defender nos próximos duelos.
Sobre se houve angústia de ter deixado o Benfica há 25 anos, afirma que "tenta bloquear esses sentimentos" e lembra que esses foram os anos de início de carreira e que neste momento vive uma "fase de grande maturidade".
"Eu queria estar aqui ontem à noite a trabalhar. (...) Eu só vou acabar quando eu sentir que alguma coisa mudou. E o que eu sinto que mudou hoje é que eu tenho mais 'fome' do que tinha há 25 anos", explica.
Reforça, por isso, que está "super feliz" e sente-se "muito mais vivo do que nunca" por estar de volta ao Benfica.
Já quando questionado pelos jornalistas sobre as condições do seu contrato, elogiou a "grande ética por trás" do documento, que "respeita" a época de eleições presidenciais vivida no clube. Benfica e treinador têm opção de "não dar continuidade" ao contrato no final da época.
"No dia a seguir às eleições, eu serei o treinador do Benfica", aponta, acrescentando que "deseja" cumprir os dois anos de contrato no comando técnico dos vermelhos e brancos "com êxito".
José Mourinho diz ainda estar "doido para ganhar o próximo jogo", uma sensação que carrega ao longo de todos os anos de carreira.
Assume que no Fernerbahçe queria "jogar a quatro", mas a falta de jogadores não permitiu e, por isso, afirma ser capaz de se "adaptar" à realidade desportiva.
O técnico de 62 anos afirma igualmente que o Benfica "tem todas as condições para ganhar o campeonato", mas rejeita fazer promessas aos adeptos.
"Eu não me escondo. Promessa não. Mas a convicção de que podemos e devemos, não escondo", remata.
Sobre o ruído mediático em época de eleições, afirma ser "muito forte" em conseguir bloquear reações externas. "Aquele que de vós me criticar profundamente, não vai mudar a minha vida", atira.
Espera, contudo, uma receção "diferente" no Estádio do Dragão do que aquele que teve há uma semana, onde foi amplamente aplaudido pelos adeptos, e classifica-se como "treinador histórico" do clube azul e branco, por quem tem "respeito".
Já o presidente das águias, Rui Costa, assume que ter José Mourinho, "um dos treinadores mais conceituados" da atualidade, no comando da equipa "é uma grande honra".
Afasta o alarido eleitoral, assumindo que era necessário tomar uma decisão mesmo estando próxima uma ida às urnas. E vira as atenções para si, que será "sempre" o responsável por esta decisão.
Críticas à parte, o líder das águias assinala que está "muito orgulhoso" desta contratação e há algo que é indiscutível: "José Mourinho é dos treinadores com melhor imagem a nível mundial."
E remata que Mourinho aceitar este desafio a um mês das eleições "mostra a capacidade que tem para afrontar um momento como este". A época ainda está a começar e, por isso, "todos os objetivos ainda estão intactos", tanto a nível nacional como europeu.
Em comunicado, o clube da Luz revela que o contrato é válido até 2027. No entanto, "dez dias após o último jogo da época desportiva 2025/26, nas mesmas condições, tanto a Benfica SAD como o treinador poderão optar por não dar continuidade ao contrato para a época desportiva 2026/27".
Bruno Lage saiu depois de o Benfica ter perdido em casa com o Qarabag por 3-2, na primeira jornada da Liga dos Campeões. Este foi o segundo jogo consecutivo sem ganhar na Luz, depois do empate (1-1) de sexta-feira com o Santa Clara, para a 5.ª jornada da I Liga. Este cenário levou Rui Costa a despedir o técnico.
